Uma vez diagnosticado um câncer mamário, a política adotada no hospital é fazer um planejamento apontando possibilidades terapêuticas e a reconstrução
Em média, cerca de mil pacientes com câncer de mama são tratadas por ano no Hospital Dr. Hélio Angotti. Em 2013, estas pacientes geraram 8.588 procedimentos, incluindo aplicações de quimioterapia, de radioterapia, cirurgias, entre outros. A instituição está no rol de unidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) que, conforme a Lei nº 12.802, de 24 de abril de 2013, podem fazer cirurgias reparadoras de mama. Hoje a instituição realiza, em média, duas cirurgias reparadoras de mama por mês.
E segundo o presidente da instituição, o oncologista e mastologista Délcio Scandiuzzi, a cirurgia reparadora de mama resgata a integridade de mulheres acometidas pelo câncer. “Não temos fila para este procedimento no Hospital. Na medida em que as pacientes tratadas necessitam, ele é feito. Uma vez diagnosticado um câncer de mama, a política adotada no hospital é fazer um planejamento apontando os tipos de tratamento, as alternativas disponíveis, as possibilidades terapêuticas e a reconstrução, caso seja necessária”, informa.
Todo o planejamento é feito antes de se iniciar o tratamento do tumor, sendo que a reconstrução mamária é um esforço para devolver a integridade da paciente. “Os médicos procuram fazer menos reconstruções mamárias hoje em dia, pois elas são longas. Muitas vezes, são tirados tecidos de lugares distantes da mama para essa reconstrução, causando deformidades. Além disso, as próteses também apresentam complicações, caso seja necessária a radioterapia”, esclarece o médico.
Por isso, normalmente, as pacientes mais idosas necessitam de reconstrução de mama. “Para evitar a cirurgia de retirada do órgão, ou seja, a mastectomia radical é importante ter um diagnóstico cada vez mais precoce de tumores de mama. Antes, a cirurgia radical era mais frequente e a reparadora não era oferecida a estas pacientes. A reconstrução há alguns anos era muito rudimentar. Adotar a reconstrução mamária depende de uma série de fatores discutidos ao longo do tratamento das pacientes, que são avaliadas por equipe multiprofissional”, afirma Scandiuzzi.
Este suporte faz a diferença no tratamento, segundo o mastologista, pois a ausência deste amparo é determinante, diante do baque sentido pelas mulheres, ao saber da necessidade de transformações em seu corpo para o tratamento. “Nos últimos anos, com a conscientização das mulheres e a facilidade da mamografia, tem sido mais importante discutir a conservação da mama, um tratamento cirúrgico conservador, em vez de uma retirada da mama para uma possível reconstrução posterior”, completa.