SAÚDE

Consumo excessivo de álcool pode comprometer fertilidade

Mariana Kefalás, ginecologista especialista em Reprodução Humana, afirma que homens e mulheres podem sofrer consequências graves

Letícia Morais
Publicado em 02/03/2019 às 10:38Atualizado em 17/12/2022 às 18:40
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Foto/divulgação

Mariana Kefalás afirma que o consomo de seis doses em um dia, pelo menos uma vez por semana pode aumentar as desordens menstruais

Houve um aumento de mais de 43% no consumo de álcool nos últimos 10 anos, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). Além de provocar doenças como infarto, hepatite alcoólica e cirrose, em excesso, o álcool pode desencadear problemas de fertilidade em homens e mulheres.

Para a ginecologista especialista em Reprodução Humana Mariana Kefalás Oliveira Gomes, o consumo moderado, ou seja, menos de duas doses por dia – sendo que uma dose equivale a 10g de etanol -, tem pouco ou nenhum efeito adverso sobre a fertilidade. “Níveis maiores de consumo devem ser evitados quando se deseja engravidar”, alerta.

Mariana Kefalás afirma que a OMS estabelece que uma dose padrão contenha de 10 a 12 gramas de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja ou chope (330 ml), uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30ml). “A questão maior refere-se ao feto, uma vez que não foi estabelecido um nível seguro de consumo de álcool pré-natal”, justifica.

Segundo a especialista, mulheres que consomem seis doses em um dia, pelo menos uma vez por semana, têm tendência aumentada de sofrer desordens menstruais, como cólica, aumento do fluxo sanguíneo durante a menstruação e desconforto pré-menstrual. “O consumo do álcool aumenta significativamente o nível sérico e urinário de estradiol especialmente na época da ovulação. Essa alteração hormonal pode prejudicar a fertilidade feminina”, argumenta, acrescentando que o consumo moderado de bebidas alcoólicas tem sido associado ao desenvolvimento de endometriose. “Uma vez grávidas, mulheres que consomem em grande e moderada quantidade o álcool têm taxas maiores de abortamento espontâneo”, explica.

No que diz respeito aos homens, Mariana Kefalás afirma que o consumo de álcool crônico está associado à redução do diâmetro dos túbulos seminíferos e do epitélio germinativo, diminuição do número total de células no ejaculado e aumento do número de espermatozoides com alteração de motilidade. “Além disso, 8% a 58% dos homens que consomem álcool sofrerão de alguma patologia sexual, seja impotência, atrofia testicular e diminuição do interesse sexual”, afirma a especialista. 

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