Como os sintomas da hantavirose são muito semelhantes aos de uma gripe comum, muitas pessoas deixam de procurar atendimento médico, apelando para tratamentos paliativos. Esse comportamento atrasa o diagnóstico e dificulta a cura da doença.
Márcia de Souza, referência técnica em hantavirose da GRS, explica que a contaminação se dá principalmente pela via aérea, ou seja, pela respiração. Ranchos, residências rurais ou próximas a áreas rurais, galpões que guardam colheitas, como milho, soja, café ou feijão a serem transportados são locais atrativos para ratos, transmissores do agente da doença. Esses animais deixam os vírus através das fezes e urina. “Quando a pessoa transporta estes elementos e percebe cheiro de urina, neste momento ela acaba de ser contaminada. Por isso, pedimos que os trabalhadores deixem o material de meia hora a quarenta minutos em exposição ao sol, isso mata o vírus. Trabalhar sempre a favor do vento evitando aspirar a poeira contaminada e higienizar esses locais com água e 10% de água sanitária ou cloro também previnem contaminação”, orienta.
Registro de cobras em residências na área urbana é indicativo de que os ratos, alimento preferido de serpentes, estão se dirigindo às casas devido ao período chuvoso. A orientação da referência é guardar alimentos em locais de difícil acesso aos animais e tampar frestas em paredes e portas, onde ratos podem se esconder dos predadores.
Os sintomas da hantavirose são semelhantes ao da gripe, mas diferem por ser seca, sem produção de coriza e catarro. Febre alta, dor no corpo, sede extrema e em estágio avançado promove falta de ar intensa. “Ao sinal dos primeiros sintomas, é fundamental que a população procure uma unidade médica, porque quando há falta de ar a doença já está em estágio avançado e fica mais difícil o tratamento”, afirma a referência.
Tratamento. A doença tem cura, mas necessita de acompanhamento médico, já que o tratamento é feito basicamente ao equilibrar a gravidade dos sintomas através da medicação contra os sintomas.