Pesquisa divulgada no dia 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o brasileiro vive em média 5,5 anos a mais do que na última década.
A expectativa de vida da população passou de 67 anos, em 1991, para 72,5 anos em 2007.
Com o aumento da terceira idade, está cada vez maior também o número de aposentados no Brasil, que, atualmente, corresponde a mais de 25 milhões. A palavra aposentadoria, que deveria significar tranquilidade, em muitos casos causa medo, por estar associada, inconscientemente, à incapacidade. E a transição pacífica de vida "ativa" para a de "aposentado" é fundamental para que essa nova fase seja plenamente aproveitada e não traga consequências graves, como a depressão, doença muito comum nesse período.
A psicóloga Newma Penna Rocha ressalta que é a expectativa que mantém a motivação humana. "Ter objetivos é fundamental para a vida ter um sentido", afirma. Por isso, muitos idosos que se aposentam entram em depressão, pois sentem que a vida ficou vazia.
De acordo com a especialista, a aposentadoria seria desejável nos casos em que representa a liberdade e o término de atividades rotineiras. "Mas temos que levar em consideração que, se a rotina de trabalho é prazerosa, se ela é boa, a aposentadoria pode ser sinônimo de tédio. Por isso, muita gente a adia, porque a vida perde o sentido", conta Rocha.
Hoje, já existem no mercado cursos especializados em preparar as pessoas para a aposentadoria. Para a psicóloga, a principal recomendação para quem está prestes a se aposentar é começar a traçar metas e se organizar. "Só é bom encerrar quando temos outros objetivos a alcançar.
O pensamento principal é de que a vida precisa ter um sentido, evitando que a pessoa caia em um vazio", destaca.
A indicação é de que se estabeleça uma programação de atividades em que o aposentado possa se sentir valorizado, sejam elas de lazer, atividades físicas, ou mesmo trabalhos voluntários ou informais para o complemento da renda. Além disso, uma boa opção são cursos e até mesmo faculdade. "Em média, as pessoas se aposentam com 65 anos e, com as condições e o avanço da medicina, elas ainda vivem bem mais 20 anos. É uma nova vida", afirma.
Só assim, sentindo-se valorizada, é que a pessoa, ao se aposentar, vai conseguir bons resultados emocionais.
"A ociosidade gera muito tédio e evitar o tédio é compatível com a saúde mental. Como afirmam alguns filósofos, se pudéssemos evitar dor e tédio na vida, estaria de bom tamanho", finaliza.