SAÚDE

Deficiência visual atinge 180 milhões de pessoas

Perceber as cores, ver os objetos com nitidez, ler um livro, são atitudes...

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 11:55
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Perceber as cores, ver os objetos com nitidez, ler um livro, são atitudes cotidianas e simples para quem enxerga bem. Porém, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, estima-se que existam 180 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, entre as quais cerca de 50 milhões são cegas e, aproximadamente, 60% dos casos de cegueira no Brasil poderiam ser evitados. Para tentar mudar essas estatísticas, a receita dos especialistas é o exame preventivo e atenção à qualidade de vida. Em seminário para oftalmologistas promovido no salão da Unimed, o professor de Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás, Marcos Ávila, apresentou os novos avanços no tratamento de doenças como a retinopatia diabética, lesão na retina e a degeneração macular, relacionada à idade, que podem levar à cegueira parcial ou total. De acordo com pesquisas publicadas em 2008 e 2009, por ele e uma equipe de oftalmologistas, 11,5 milhões de pessoas no Brasil sofrem de diabetes e suas complicações, o que gera um gasto do poder público de cerca de 10 bilhões de reais por ano. Entre essas complicações estão a cegueira causada pela retinopatia diabética, que acomete pacientes em decorrência de tratamento inadequado do diabetes. “É o principal problema com possibilidade de prevenção entre 18 e 60 anos em fase ativa. Porém, 80% dos diabéticos correm o risco de desenvolver essa doença e ficar cegos, a partir dos 25 anos”, destaca o especialista. Segundo ele, as doenças que atingem o fundo do olho, ou seja, a retina, são causas de cegueira irreversível, ao contrário da catarata, que é uma das únicas que, por atingir o olho de forma superficial, pode ser curada totalmente. “Por isso, é importante a prevenção e trabalhar com o tratamento dos casos em que é possível um tratamento. Para o aparecimento dessa doença, a principal causa é o diabetes descontrolado. Então, a conscientização do diabético para que faça exercício e controle a ingestão de açúcar para evitar a cegueira pela retinopatia diabética é fundamental”. Além disso, outra causa de cegueira no mundo é a degeneração macular relacionada à idade, que acontece em pessoas com mais de 60 anos, geralmente com a pele branca e que, de uma hora para outra, perdem a visão central, de cores e de leitura. “Essa doença, pode ser tratada com uma nova droga, chamada Lucentis, que tem sido de grande eficiência. Com essa droga, aprovada no Brasil recentemente, é possível restabelecer ou melhorar a visão em cerca de 40% dos pacientes com a doença. E nos outros, consegue-se estabilização da perda da visão”, revela Ávila. Ainda é um tratamento caro, “mas é uma nova fronteira que se abre no controle da degeneração macular, que antes era irreversível”, destaca o especialista. Existe um caráter genético, o que deve chamar a atenção de pessoas que têm pais com essa enfermidade. “Estes indivíduos têm maior chance de desenvolver a doença, mas, na verdade, ela faz parte do mundo moderno, porque os indivíduos estão vivendo mais. No Brasil, até a década de 30, a expectativa de vida era em torno de 62 anos; hoje, a longevidade chega a 75 anos. Então, quanto mais se vive, maiores são as chances de desenvolver esse problema”. Diagnóstico. O diagnóstico é feito pelo oftalmologista, que analisa alguns fatores; inicialmente, a distorção das linhas retas nas imagens, e num segundo momento, o aparecimento de uma mancha preta no campo da visão central. É essa mancha preta que provoca a baixa visão. Prevenção e Tratamento. Quanto à prevenção da doença, ele lembra que, infelizmente, não existe algo específico, mas sugere que o uso de suplementação alimentar com vitamina E, selênio e antioxidante por quem já tem a doença instalada no olho previne a evolução e o agravamento do quadro. “Para quem não tem o diagnóstico, principalmente as pessoas de olhos muito claros, é recomendável evitar o cigarro, controlar a pressão alta e usar óculos escuros regularmente, a partir dos 25 ou 30 anos. Esse tipo de prevenção impedirá que a luz provoque mais oxidação da retina e aumente as chances de incidência da doença”, completa. De acordo com Marcos Ávila, existem vários tratamentos, desde os baseados em tecnologias como o laser até as microcirurgias, mas a grande novidade são as injeções, que recentemente chegaram ao Brasil. “Atualmente, as doenças da retina são operadas com técnicas muito avançadas e animadoras, em comparação aos procedimentos realizados há alguns anos atrás. Agora, com o desenvolvimento das tecnologias de incisão de pequeno calibre, houve revolução nos resultados, com mais sucesso e índice de recuperação muito maior nestes últimos anos”.

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