A gripe suína ainda não chegou ao Brasil, mas órgãos municipais começam a se preparar para receber os estrangeiros para exposições agropecuárias
Depois do surto da gripe aviária, a população mundial volta a conviver com a possibilidade de uma nova epidemia. Desta vez é a gripe suína que assusta. No México, onde o problema teve origem, já passa de 100 o número de mortos. Estados Unidos, Canadá e, agora, a Espanha, também confirmaram casos da doença. De acordo com nota oficial do Ministério da Saúde, a gripe suína ainda não chegou ao Brasil, mas órgãos municipais começam a se preparar para receber os estrangeiros que vêm à cidade por conta das exposições agropecuárias. Da mesma forma que a gripe comum, o vírus da gripe suína é transmitido pelo contato com pessoas contaminadas, através do espirro ou tosse de doente. A gripe humana pode levar a complicações, principalmente em crianças e idosos, por conta da baixa resistência natural dos extremos das idades, mas o vírus da gripe suína mostrou-se mais forte, causando a morte também de indivíduos jovens. “O quadro dela é mais grave e um dos fatores é a falta de imunidade. Pessoas jovens que não têm boa memória imune ou com outras patologias associadas, como diabetes, podem desenvolver complicações. O que acontece é que nós ainda não temos imunidade a esta doença. A maioria das pessoas que entraram em contato com esse vírus mutante não consegue combater naturalmente. A vacina comum funciona apenas para alguns tipos do vírus influenza, mas não age contra a gripe aviária nem a suína”, explica a infectologista Danielle Borges Maciel. Segundo a Assessoria de Imprensa da ABCZ, está prevista a chegada de delegação do México, composta por dois criadores no dia 1º de maio. Também é esperada a delegação da Associação dos Criadores de Brahma dos Estados Unidos, cujo número de pessoas e a data de entrada em Uberaba ainda não foram confirmados. A ABCZ aguarda orientações da Secretaria Municipal de Saúde para tomar providências específicas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária faz monitoramento permanente dos passageiros vindos das áreas afetadas nos aeroportos. “Vamos reunir, amanhã, com representantes da Secretaria Municipal de Saúde para receber orientações, mas a Infraero tem um programa nacional e todos os estrangeiros que chegam ao país já são orientados nos aeroportos internacionais. De qualquer forma, vamos trabalhar em conjunto com a secretaria, aqui na cidade”, afirma o gerente de Operações de Segurança e Manutenção da Infraero em Uberaba, Lélio Baldo. Ele explica que o aeroporto de Uberaba só recebe desembarques internacionais que passam antes pelas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foi marcada para dia 30 de abril reunião com a Gerência Regional de Saúde, a ABCZ, a gerência do Aeroporto e com a seção epidemiológica municipal, para definir estratégias conjuntas de trabalho, disponibilizando enfermeira e intérprete, que darão orientações aos visitantes. Entretanto, a infectologista acredita que ainda não há preparo suficiente para a entrada dessas gripes. “Nem Uberaba nem o Brasil estão preparados, pois não temos estrutura para fazer o isolamento necessário e existe uma população muito grande que vive aglomerada. O risco desse tipo de infecção é em todo o mundo e o alerta deve ser para a prevenção e o controle. Essas pessoas que chegam à cidade têm que ser orientadas e precisam passar por verificação, a fim de detectar precocemente qualquer sintoma. E, se qualquer uma delas apresentar os sintomas da doença, terá que ser isolada”, afirma Danielle.