Nem sempre os sintomas apresentados pelo adulto estão presentes na infância e adolescência
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“As taxas de depressão infantil e na adolescência variam conforme os lugares”, avalia o psiquiatra Messias Pereira Cardoso
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a depressão atinge cerca de 8% de meninos e meninas no mundo. Nesse sentido, estima-se que 180 milhões de crianças e adolescentes estejam enfrentando a doença nos dias atuais. “As taxas de depressão infantil e na adolescência variam conforme os lugares, mas sua presença pode causar um enorme prejuízo”, avalia o psiquiatra Messias Pereira Cardoso.
O especialista pondera que a infância e adolescência são períodos em que há muita mudança emocional, como o momento de se separar dos pais para começar a frequentar a escola, fim da fase infantil para o descobrimento da própria personalidade, quase sempre acompanhado do desejo de mudar o mundo, característico da adolescência. “Nesses períodos, pode ser difícil distinguir o que é uma ‘fase’ e o que precisa de ajuda”, analisa.
Messias Cardoso justifica que nem sempre os clássicos sintomas de depressão do adulto estão presentes na infância e adolescência. “Devemos suspeitar de alterações emocionais nessa faixa etária quando há alterações do peso, do sono, isolamento social (dos amigos ou familiares), crianças que começam a ficar irritadas ou agressivas. Além disso, um fator muito importante é o prejuízo escolar, ou seja, súbita queda das notas ou faltas escolares”, esclarece.
No entanto, esse tipo de situação pode requerer ajuda médica e psicológica. “Pode estar associado à dificuldade da criança em lidar com mudanças, perdas ou traumas. Em alguns casos, infelizmente, existe o risco de suicídio”, alerta. Por isso, o especialista recomenda uma avaliação psiquiátrica e psicológica, tendo em vista que há opções de tratamentos adequados para todas as faixas etárias.