SAÚDE

Distorções visuais e dificuldade de leitura podem ser sintomas da Síndrome de Irlen

Síndrome é considerada um distúrbio da percepção visual e pode afetar cerca de 10% a 15% da população

Letícia Morais
Publicado em 05/01/2019 às 09:12Atualizado em 17/12/2022 às 17:02
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Foto/Jairo Chagas

Murilo Abud afirma que o diagnóstico é considerado em adultos ou crianças que não conseguem ler, mesmo apresentando exame oftalmológico normal

Dados apontam que cerca de 10% a 15% da população apresente a Síndrome de Irlen, considerada um distúrbio da percepção visual. “Junto com a dislexia, a síndrome é um dos principais distúrbios de leitura que levam a dificuldades de aprendizagem”, afirma o médico oftalmologista Murilo Abud. Ele acrescenta que a Irlen está relacionada a condições específicas de iluminação e contraste, que induzem dificuldades no processamento visual, exigindo maior esforço, gerando fadiga e desatenção.

De acordo com Murilo, o diagnóstico é considerado em adultos ou crianças que, apesar de apresentarem um exame oftalmológico normal, não conseguem aprender a ler. “São pessoas inteligentes, no entanto, não se saem bem na leitura, relatando cansaço visual e perda de concentração”, explica.

Os sintomas da síndrome incluem fotofobia – sensibilidade exagerada à luz -, distorções das imagens, por exemplo, sensação de que as letras estão sendo “engolidas” pelo papel em branco e dificuldade em manter o foco. “Ao contrário da dislexia, não há alterações auditivas, da fala e linguagem”, descreve o especialista, ressaltando que pode haver coceira nos olhos, ardência, lacrimejamento, cansaço visual crescente e sonolência.

Segundo o oftalmologista, o diagnóstico requer avaliações multifuncionais. “A pessoa com dificuldades de leitura ou aprendizagem deve passar por um exame com o médico oftalmologista para descartar qualquer problema nos olhos. Além do exame convencional, são usadas tabelas com letras de tamanhos decrescentes para investigar a eficiência do processamento visual já em nível cerebral”, pontua. Também é preciso fazer uma avaliação neurológica e neuropsicológica, a fim de detectar outros distúrbios que podem estar associados, como déficit de atenção e hiperatividade.

O tratamento ainda é controverso, segundo Murilo, tendo em vista que há divergência sobre o uso de lentes com filtros coloridos, que poderia ajudar. Contudo, estudos científicos afirmam que o uso dessas lentes não é eficaz. Portanto, Abud diz que a recomendação é de que não seja indicado o uso de lentes e filtros para o tratamento da dificuldade de leitura, devido à falta de evidências científicas na literatura médica mundial. “Não há até o momento nenhum outro tratamento para este distúrbio”, conclui. 

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