O Brasil vai produzir cristais de insulina, principal matéria-prima do medicamento usado no tratamento...
O Brasil vai produzir cristais de insulina, principal matéria-prima do medicamento usado no tratamento do diabetes. O anúncio foi feito na semana passada pelos representantes das indústrias farmacêuticas União Química e Biomm, em audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Segundo informações publicadas na Agência Saúde, do Ministério, a fábrica será montada no Distrito Industrial JK, em Brasília. O investimento está estimado entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. De acordo com Temporão, a produção nacional do medicamento significa o aumento da capacidade brasileira no campo da ciência, tecnologia e inovação no setor da saúde. “Com a produção nacional, o Brasil se junta a um grupo de países muito restrito, que detém essa tecnologia. A medida reduzirá a dependência brasileira de tecnologia”, destacou Temporão. Em dois anos, segundo expectativa dos empresários, o país deverá produzir 800 quilos do medicamento, quantidade suficiente para atender toda a demanda nacional, além de permitir a exportação para outros países. Será o primeiro na América do Sul a produzir cristais de insulina. Em 2009, o Ministério da Saúde importou 12,6 milhões de unidades de insulina, ao custo de R$ 69 milhões. Para Temporão, com o aperfeiçoamento do atendimento público aos diabéticos, o diagnóstico e o tratamento cada vez mais precoce, a tendência é o aumento de novos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O diabetes é um problema de saúde pública crescente no mundo e no Brasil. A produção nacional desse insumo reduzirá o déficit comercial com a importação do produto”, afirmou. Em 2008, a balança comercial do setor saúde fechou o ano com déficit de US$ 6 bilhões. Incentivo. Em fevereiro de 2007, o presidente Lula lançou uma ação para incentivar os investimentos em biotecnologia. A Política Nacional de Desenvolvimento da Biotecnologia para incentivar os estudos científicos e a competitividade da indústria brasileira. A fábrica deve gerar 1.100 empregos já em abril deste ano. Com a inauguração da nova planta tecnológica da Biomm, que será construída ao lado do novo laboratório da União Química, o número de empregos diretos será ampliado em mais 500.