Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp testam, atualmente, uma nova cirurgia capaz de curar pacientes com diabetes. Cinco pessoas foram submetidas ao procedimento e quatro delas já estão curadas, dispensando até mesmo a insulina, enquanto a quinta conseguiu reduzir em até 80% a ingestão da substância. O estudo começou depois da constatação de que 90% dos pacientes obesos com diabetes, que passavam pela cirurgia de redução de estômago, ficavam curados da doença. Anteriormente, a melhora era atribuída à própria diminuição do peso, razão da cirurgia, mas já havia redução da taxa de glicemia antes mesmo do emagrecimento, inclusive no pós-operatório. A partir daí, os médicos da Unicamp decidiram investigar. Durante a cirurgia de redução de estômago, além da diminuição do tamanho do órgão, é feito um desvio para o alimento de forma que ele evite a primeira parte do intestino. Os médicos da Unicamp descobriram que esse procedimento secundário provoca o aumento de uma substância chamada GLP1 que, por sua vez, estimula o pâncreas a produzir insulina. Perigo. A descoberta é importante, especialmente no Brasil. Afinal, aqui, a incidência de diabetes tem crescido cada vez mais. Consequentemente, aumenta também o risco de os portadores apresentarem problemas cardíacos importantes, como infarto do miocárdio. Os pacientes com diabetes tipo 2 possuem de duas a seis vezes mais chances de infarto e a doença cardiovascular representa uma das principais causas de mortes em diabéticos. Aproximadamente de 60% a 70% dos portadores de diabetes têm pressão alta. Outros fatores de risco sã colesterol e triglicérides (gordura dos alimentos), além do excesso de peso.