Enfrentar ou fugir? Serotonina ajuda a tomar a decisão certa

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Conhecidos pelo seu papel no alívio da depressão, os neurônios da serotonina podem ajudar o cérebro a executar comportamentos instantâneos e apropriados em situação de emergência. É o que indica estudo feito por pesquisadores da Cornell Universty, nos Estados Unidos, e publicado na última semana na revista Science. 

Os padrões de atividade cerebral foram estudados em camundongos. Quando um rato sofria ameaça, os neurônios dorsais da serotonina disparavam durante os movimentos. No entanto, quando havia um ambiente calmo e positivo, as células nervosas disparavam durante as pausas no comportamento ativo.

A autora sênior Melissa Warden, professora assistente e membro do Departamento de Neurobiologia e Comportamento da universidade americana, afirma ter sido surpreendida com a mudança. “Foi a nossa primeira pista de que algo estranho poderia estar acontecendo no cérebro em situações de emergência”, justificou.

Os cientistas explicam que, em situações emergenciais de “luta ou fuga”, as escolhas comportamentais são diferentes daquelas que um animal pode tomar em situações menos críticas.

Nesse sentido, quando um rato está no meio de um campo exposto e um gavião o “espia” como possível alimento, o instinto de sobrevivência dele envia um sinal de alerta para que ele corra. Melissa diz que, nesse caso, a fuga é apropriada. “Se o falcão está sobrevoando e não viu o rato, mesmo o camundongo tendo visto a ave, é apropriado que o rato ‘congele’ no local para evitar ser detectado”, pondera, afirmando que as chances de sobrevivência, nessa situação, são maiores.

A especialista explica que como a serotonina trabalha enviando sinais por todo o cérebro é importante entender completamente como o sistema induz comportamentos diferentes em diversos ambientes pode elucidar o papel de outros complexos presentes no cérebro.

*Com informações do Jornal O Tempo