SAÚDE

Especialista afirma que psicopatia começa na infância

Publicado em 29/08/2009 às 22:49Atualizado em 20/12/2022 às 10:52
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Frieza, habilidade para mentir, crueldade com colegas, irmãos e animais, irritação e intolerância para lidar com frustrações, ausência de culpa ou constrangimento ao ser descoberto, condutas desafiadoras e que violem regras sociais jovens são sinais leves de algo cada vez mais comum. Para a psicóloga Ilcéa Borba Marquez, pais e escola podem ficar atentos para essas e outras características comportamentais, principalmente se forem repetitivas e persistentes nesta faixa etária. É possível que esse transtorno de conduta possa evoluir para uma psicopatia na fase adulta, caso que a televisão vem mostrando com a personagem Yvone, na novela Caminho das Índias, da Globo. Ela apresenta variados traços do Transtorno de Personalidade Anti-Social, mais conhecido como psicopatia.   “Normalmente, tudo tem início no relacionamento da criança com os pais. Aquela criança que não recebe limites, que é a dona do espaço da família, a dona do pedaço, o reizinho, não aprende a receber um ‘não’, que impeça a sua vontade de agir, é um sério candidato a um problema de psicopatia ou a uma perversão”, afirma. Isso se transformou em uma doença que vem crescendo nos últimos tempos, segundo afirma a psicóloga. “Acreditamos que esse transtorno vem aumentando, porque as crianças estão sendo as donas do pedaço, as donas da família. Criança não pode ser dona da família, ela não tem condição de lidar com o poder. O poder é uma coisa que enlouquece o adulto, basta abrir o jornal e constatar. Hoje em dia, a família vive em função dos filhos, completamente diferente de épocas anteriores, em que filho não tinha vez nem voz. Se antes havia um exagero, hoje o exagero aparece ao contrário, só a criança tem voz”. Para ela, se os pais não forem esclarecidos para a maneira como estão educando os filhos, corre-se o risco de criar mais psicopatas. “Principalmente em relação ao limite, mas também no sentido de ensiná-los a administrarem bem as frustrações. Se uma pessoa tem que esperar alguma coisa, ela já sai, já xinga a secretária, o funcionário, porque está esperando 10 minutos”. Ilcéa esclarece que é importante não exagerar, difundindo esse hábito de agressividade e falta de paciência ao lidar com aquilo que não conseguem, na hora e da forma como querem. “E isso está significando que nós estamos desaprendendo a lidar com as frustrações”, completa.   Por ser um transtorno psicológico, a terapia é fundamental para o tratamento ainda na juventude, quando se encontra abertura às mudanças. “No caso da criança, quem primeiro percebe esse transtorno é a escola, porque ela se mostra intratável, não aceita os limites que a professora tenta impor, não se relaciona bem com os colegas; por outro lado, é extremamente sedutora. Seduz e ao mesmo tempo afasta”. Ela explica que, ao perceberem esse tipo de comportamento, professores devem chamar os pais e informar sobre as situações, para que esses pais busquem tratamento para essa criança o mais cedo possível.

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