De acordo com dados do Ministério da Saúde, a tuberculose é a 9ª causa de internações por doenças infecciosas. São notificados 80 mil novos casos por ano. Porém, um dos maiores problemas para combater a doença é a falta de informação. Doentes param o tratamento antes de se curarem e o resultado são cerca de 5 mil mortes pela tuberculose. Segundo a referência técnica em tuberculose da SMS, Patrícia Borges D. Alexandre, isso acontece primeiro porque o tratamento é considerado longo – tem duração de seis meses. “E há uma melhora nos primeiros dois meses, o que leva as pessoas a acreditarem que a interrupção do tratamento não vai fazer diferença, mas isso é um engano. O remédio faz uma varredura das bactérias mais sensíveis, que morrem primeiro, gerando essa sensação de cura. Mas só depois é que as mais resistentes são atingidas. Por isso é tão importante manter o tratamento de reforço”, explica. A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas pode ocorrer também em ossos, rins e meninges, as membranas que envolvem o cérebro. Assim, os cuidados são também específicos. “Se a tuberculose for do tipo pulmonar, os cuidados são respiratórios: abrir a casa, fazer limpeza com pano úmido, deixar o sol entrar - pois as bactérias são sensíveis ao calor -, evitar dormir no mesmo quarto que o doente, separar talheres e copos, mas isto somente nos primeiros 15 dias de tratamento, período em que ela é transmitida”, revela. Os outros tipos não exigem restrições. “É válido lembrar que os sintomas respiratórios são importantes. Mesmo que a pessoa tenha uma bronquite ou outro problema respiratório, não pode deixar de procurar um médico se os sintomas persistirem. Também não ter vergonha de estar com esse problema. É preferível pensar na possibilidade da doença do que sofrer as suas consequências”, completa Patrícia. (TM)