A dificuldade de visão pode ser facilmente detectada na escola, mas também observada pelos pais durante as atividades e comportamentos que a criança desenvolve em casa.
De acordo com Joaquim Pereira Paes, oftalmologista pediatra, assistir à televisão muito próximo ao aparelho é efeito percebido na criança que tem alguma disfunção visual. “Às vezes, a criança se aproxima por conta do desejo infantil de estar dentro do programa, participando, mas se os pais observam que ela está muito perto e, após colocá-la distante, ela reclama de não estar enxergando, pode ter certeza de que é um problema visual”, afirma. Ele lembra também da proximidade do computador e dos cadernos no momento em que a criança vai escrever ou ler. “Há crianças que têm o costume de escrever deitadas. Isso pode até ser uma mania, mas é um indício importante de que ela pode não estar enxergando bem”, alerta.
Para o oftalmologista, em casa, o problema do aparecimento de dores de cabeça também exige atenção redobrada dos pais. Ele explica que, se a criança acorda com a dor, dificilmente estará relacionada a um problema visual, a não ser nos casos de adolescentes que estudam de madrugada ou ficam no computador até altas horas. “Mas a criança que começa com dores de cabeça depois que vai fazer tarefa, depois de ter assistido à televisão, jogado videogame ou ficado um tempo em frente ao computador é característico”.
Cirurgia. O especialista afirma que, para optar pelas cirurgias refrativas para a correção do problema de visão, o ideal é esperar a pessoa atingir no mínimo os 18 anos. “O certo mesmo é entre os 18 e 21 anos, que é quando o grau de dificuldade se estabiliza, mas ainda há pessoas que isso acontece mais tarde, tendo de esperar a idade certa para esse tipo de procedimento. Hoje em dia, grande parte das pessoas tem tendência a estabilizar o grau por volta dos 25 anos, por isso é preciso um acompanhamento para saber quando a cirurgia é mais indicada”, alerta.
Para a criança, o especialista explica que não é indicada a cirurgia, e sim os óculos, que nem sempre são de uso contínuo. “Depende muito do grau e do problema detectado, mas às vezes os óculos poderão ser usados apenas no momento do esforço.