SAÚDE

Especialistas discutem uso de respiradores e procuram outras alternativas tratamento

Mesmo com o uso do equipamento, muitas vezes a morte é apenas adiada e os resultados são desanimadores

Publicado em 22/04/2020 às 21:17Atualizado em 18/12/2022 às 05:47
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Num artigo para o New York Times, o intensivista voluntário Richard Levitran, fez um dos relatos mais impressionantes sobre a doença, especialmente em sua fase “silenciosa”. A aparente vitalidade de pacientes que, morrem logo em seguida, é produto da “hipóxia silenciosa”. Em geral, qualquer medição abaixo de 94 já é subnormal. No casos da Covid-19, Levitran encontrou pacientes com 50.

O mundo encara um dilema causado pelo coronavírus: o dos respiradores. Sem eles, pacientes com oxigenação em níveis letais podem morrer. Porém, mesmo com o uso do equipamento, muitas vezes a morte é apenas adiada e os resultados são desanimadores.

“Só agora estamos começando a entender por que isso acontece”, relatou o médico. O vírus ataca as células responsáveis pelo surfactante pulmonar, a substância tensoativa que regula o sofisticado funcionamento dos alvéolos.

A pneumonia causada pela Covid-19 se instala, mas os pulmões continuam, por um período, a conseguir exalar o dióxido de carbono. Isso ajuda na aparência de relativa normalidade.

Quase imperceptivelmente, muitos pacientes vão aumentando a frequência da respiração para compensar a falta de oxigênio. Quanto mais a respiração fica profunda, maior é o estrago que já está instalado nos pulmões.

Quando chegam ao hospital, têm que ir para a ventilação mecânica. “E uma vez colocados nos respiradores, muitos morrem”, constata Levitran (níveis de mortalidade pesquisados na Inglaterra atingiram estarrecedores 80%; alguns hospitais chineses, respondendo a uma pesquisa, falaram em mais de 90%). Se não forem entubados, também.

Mas então, o que fazer?

Levitran sugere um banal oxímetro de pulso, aquele aparelhinho que fica preso no indicador, para monitorar pacientes em estado inicial. Uma ideia simples, barata – e de realização complexa: exigiria o atendimento a doentes sem sintomas galopantes, o princípio usado na maioria dos países, simplesmente por falta de meios para tratar de todo mundo.

Outra proposta tem sido defendida em centros médicos avançados: evitar o respiradouro. A ventilação mecânica, que exige sedação, é brutal com o paciente, perigosa para os médicos (entubação e extubação são os momentos mais críticos para contaminação dos profissionais), caríssima para os sistemas de saúde tanto pela aparelhagem quanto pela quantidade adicional de intervenções que exige, desde sondas na bexiga até a alimentação enteral, com o risco adicional de infecções secundárias.

Para protelar, o quanto der, a entubação, as alternativas são as cânulas nasais, máscaras respiratórias – e, de novo, a rotação dos pacientes.

O médico Ron Daniels, supervisor intensivista de Birmingham, relatou ao Telegraph algo parecido. “Normalmente, qualquer pessoa com níveis assim iria para a ventilação, mas cada vez mais pensamos em adiar o procedimento em pacientes com Covid-19”.

*Com informações Veja

 

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