De acordo com pesquisas divulgadas pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), a poluição e o consumo de drogas como álcool, cocaína, anabolizantes e cigarros afetam a fertilidade masculina. Para os especialistas envolvidos no estudo, parte crucial na prevenção do problema é fazer acompanhamento médico regularmente.
Os dados divulgados pelo grupo mostram que 48% dos homens do Brasil nunca foram ao médico. Em estados como o Mato Grosso, esse número chega a 75%. “Culturalmente, os homens deixam de frequentar o pediatra durante a infância e só voltam ao médico perto dos 50 anos, ou quando algo está errado”, afirma Jorge Hallak, diretor do IEA-USP e do laboratório Androscience.
O levantamento mostra que, no Amapá, a população masculina com idades entre 60 e 70 anos tem função sexual praticamente igual à de um indivíduo de 36 anos. A situação em regiões metropolitanas poluídas, como a da cidade de São Paulo, por exemplo, é bem diferente.
Dados mostram que, em casais na América Latina, 52% da deficiência reprodutiva está na população masculina. “O homem tem a impressão de que se conseguir ter ereções e ejacular, está tudo bem. Mas isso não significa que ele seja fértil. Espermatozoides podem não estar sendo produzidos, ou podem não estar saudáveis."
“Há um alerta mundial sobre fertilidade, mas parece que no Brasil ainda ‘não caiu a ficha’ da população. As pessoas deixam para se preocupar com o assunto quando tentam ter filhos e não conseguem, quando, na verdade, hábitos como o consumo de álcool e drogas estão afetando a saúde reprodutiva desde a juventude”, alerta o especialista.
*Com informações Revista Galileu