SAÚDE

Estudo demonstra eficácia de antirretroviral ofertado no Brasil

Foram coletados dados de 103.240 pacientes com 15 anos ou mais que iniciaram o tratamento antirretroviral entre janeiro de 2014 e junho de 2017

Agência Brasil
Publicado em 25/07/2018 às 17:39Atualizado em 17/12/2022 às 11:47
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Estudo brasileiro realizado com mais de 100 mil pacientes em início de terapia antirretroviral comprovou maior efetividade do medicamento dolutegravir para o tratamento do HIV em comparação com outras drogas. A pesquisa mostra que pacientes submetidos a coquetéis antirretrovirais que incluem o dolutegravir mostraram-se significativamente mais propensos a atingir a chamada supressão virológica (carga viral a níveis indetectáveis) que os submetidos a coquetéis que não usam o medicamento.

Os resultados foram apresentados nesta terça-feira (24) durante a 22º Conferência Internacional de Aids, em Amsterdã, Holanda.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram coletados dados de 103.240 pacientes com 15 anos ou mais que iniciaram o tratamento antirretroviral entre janeiro de 2014 e junho de 2017. Os dados foram fornecidos por dois sistemas de informação em saúde do SUS que controlam a dispensação dos medicamentos para HIV e os exames utilizados para monitorar a infecção (CD4 e carga viral).

Os resultados do estudo demonstram que o esquema de tratamento com o dolutegravir, associado ao tenofovir e à lamivudina, foi 42% mais eficaz na supressão da carga viral do HIV, em um período de seis meses, quando comparado à combinação dos antirretrovirais efavirenz, tenofovir e lamivudina, esquema de primeira linha recomendado anteriormente ao dolutegravir. Na comparação com outros esquemas, o dolutegravir, associado ao tenofovir e à lamivudina, mostrou-se de 51% a 162% mais efetivo.

Terapia antirretroviral

A terapia antirretroviral diminui significativamente a quantidade de HIV no sangue, suprimindo a carga viral. Segundo o ministério, atingir e manter a carga viral indetectável, além de trazer benefícios para a saúde da pessoa que vive com HIV, reduz a quase zero o risco de transmissão do vírus por via sexual. “Por isso, os resultados do estudo são ainda mais animadores para a resposta brasileira ao HIV”, destacou a pasta.

Dolutegravir

Os antirretrovirais são medicamentos usados no tratamento do HIV que atuam no sistema imunológico, bloqueando as diferentes fases do ciclo de multiplicação do vírus no corpo. O dolutegravir faz parte de uma nova classe de antirretrovirais do tipo dos inibidores de integrase, que atuam impedindo que o código genético do HIV se integre à célula humana, impossibilitando, assim, sua multiplicação.

Desde janeiro de 2017, o dolutegravir é usado no Brasil para pacientes iniciantes no tratamento do HIV. Mais recentemente, foi incluída, nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do HIV, a recomendação de mudança para o dolutegravir nos esquemas de tratamento de terceira linha com raltegravir e naqueles em que o paciente apresente eventos adversos e toxicidades indesejáveis.

Pessoas coinfectadas com tuberculose e mulheres grávidas ou que pretendam engravidar, de acordo com o ministério, não devem utilizar o dolutegravir.

Atualmente, mais de 122 mil brasileiros que vivem com HIV usam o dolutegravir. O número representa 19% do total de 572 mil brasileiros que recebem o tratamento antirretroviral por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda de acordo com o ministério, 87% das pessoas que iniciaram tratamento antirretroviral no país em 2018 começaram com o dolutegravir. 

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