Segundo a presidente do Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal, Luciana Bessa, até agora foram registrados no município 35 óbitos de bebês, contra 43 ...
Pesquisa Saúde Brasil 2009 demonstra que mortalidade materna e infantil está em queda no país. A redução dessas taxas está entre as metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidas pela Organização das Nações Unidas que é diminuir a mortalidade em dois terços até 2015. Uberaba registrou queda de oito óbitos de bebês de 2009 para 2010, mas a taxa de mortalidade materna se manteve estável.
Segundo a presidente do Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal, Luciana Bessa, até agora foram registrados no município 35 óbitos de bebês, contra 43 entre crianças com até 1 ano de idade em 2009. Em 2006, foram registrados 53 óbitos em crianças de até 1 ano de idade, para 46 em 2007 e 39 em 2008. “Como ainda faltam alguns dias para o fim do ano, é possível que esse quadro mude um pouco, mas geralmente os óbitos estão relacionados a algum tipo de má-formação que já era incompatível com a vida”, revela.
A presidente destaca que grande parte dos óbitos registrados este ano são não evitáveis. “É o prematuro que nasce muito pequeno, já possui alguma complicação como imaturidade pulmonar que dificulta a respiração ou alguma doença de base que, mesmo tendo recebido assistência adequada dentro de uma UTI Neo Natal, às vezes não consegue sobreviver”, explica.
Mortalidade materna. Embora pesquisas verifiquem queda na mortalidade materna no país, em Uberaba, o número de óbitos de mães continua o mesmo, dois por ano. De acordo com estudo do Ministério da Saúde, todas as causas de mortes de gestantes apresentaram queda de 1990 a 2007. Com isso, a taxa de mortalidade materna passou de 140 a cada 100 mil bebês nascidos vivos, na década de 90, para 75, em 2007. “O acesso à saúde não é difícil. Quando necessário as unidades estão preparadas para o pré-natal de alto risco realizado no Caism ou no Ambulatório Maria da Glória no Hospital de Clínicas. O acesso existe, mas as mulheres é que encontram dificuldades pessoais para deslocamento”, esclarece.
Nos dois casos de óbito materno registrados em Uberaba em 2010 não estão com as investigações concluídas, mas Luciana Bessa destaca que com as informações obtidas até o momento, sabe-se que as duas mulheres possuíam doenças de base, adquiridas antes da gravidez. As doenças podem ser hipertensão, diabetes, predisposição à hemorragia, anemia falciforme, entre outras. “A mãe pode, por exemplo, ser cardiopata, ter uma doença no coração, e a gravidez sobrecarregar o organismo a ponto de levá-la à morte. São doenças que a mulher já tem e que sem acompanhamento ou mesmo com o pré-natal não é possível conter”, explica.