Mesmo assim, incidência da doença aumenta no Brasil. Instituto Nacional de Câncer prevê que balanço de 2008 termine com diagnóstico de 16.380 novos casos no Sudeste.
O câncer colo-retal, ou câncer do intestino, é um dos tipos de tumor que possuem prognóstico positivo, com 90% de sobrevida, se diagnosticado no início. Mesmo assim, a enfermidade é a segunda causa de morte por câncer em homens e mulheres nos Estados Unidos, sendo responsável por mais de 50 mil óbitos anualmente. A incidência da doença aumenta em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde o Instituto Nacional de Câncer prevê que o balanço de 2008 termine com o diagnóstico de 16.380 novos casos de câncer colo-retal apenas na região Sudeste. A médica gastroenterologista Mara Virgínia Lellis Marçal explica que colonoscopia (endoscoscopia do intestino) é o exame mais indicado para a prevenção da doença, por ser simples, seguro e detectar lesões pré-cancerosas chamadas de pólipos. “Os pólipos podem ser benignos e não causarem sintomas, mas, com o tempo, podem evoluir para o câncer. Através da colonoscopia, podemos não só detectá-los, mas retirá-los e assim prevenir o desenvolvimento do câncer em 76% a 90% dos casos”, ressalta a especialista. A indicação da médica é para que o exame seja realizado a cada 10 anos ou em intervalos menores, dependendo dos fatores de risco. “Alternativamente, pode-se prevenir através de pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente e sigmoidoscopia a cada 5 anos. Além disso, podem ser realizados testes genéticos em indivíduos com histórico familiar de síndromes polipóides”, conta Marçal. Com uma dieta saudável, a gastroenterologista explica que também é possível prevenir o câncer, com um cardápio rico em fibras, como as frutas, tubérculos e legumes. De outro lado, a alimentação rica em calorias, gordura de origem animal, conservantes e carnes vermelhas é um dos fatores de risco para o tumor. Conforme Marçal informa, o risco de câncer de cólon também é maior após os 50 anos, apesar de a doença poder ocorrer em qualquer idade. Ainda são fatores de risco para a doença o tabagismo, a história familiar ou pessoal de pólipos ou câncer de intestino, a história pessoal de doença inflamatória intestinal, tais como Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa (RCUI), e a história de síndromes polipóides ou não polipóides familiares. De acordo com a especialista, geralmente, o câncer em fase inicial não causa nenhum sintoma. “Eles aparecem quando a doença já está avançada e incluem sangramento nas fezes, alterações do hábito intestinal, afilamento das fezes, dor abdominal persistente, emagrecimento sem causa aparente, cansaço, anemia”, esclarece. A recomendação da médica é para que, a partir do aparecimento de qualquer um destes sintomas, se procure imediatamente auxílio para investigação diagnóstica e tratamento. Quanto mais cedo for constatado o tumor, maiores são as chances de cura. “Há possibilidade de sobrevida de 90% em cinco anos para os casos iniciais, enquanto apenas 10% sobrevivem cinco anos quando a doença é detectada tardiamente”, orienta Mara Marçal, acrescentando que o tratamento pode ser pela retirada endoscópica ou cirúrgica do tumor e, em alguns casos, há também necessidade de complementar o tratamento com radio ou quimioterapia.