Segundo o ginecologista e obstetra Manoel Lemos Sobrinho, a cólica tem tratamentos que garantem a melhora da qualidade de vida da mulher...
A dismenorréia, popularmente conhecida como cólica menstrual, é uma das – se não a maior – queixas nos consultórios ginecológicos. A estimativa é que entre 60% e 70% das brasileiras sofram com o problema. E a visita mensal dessas dores faz com que, entre outras perdas, as mulheres tenham o seu rendimento profissional prejudicado. Mas, ao contrário do que se pensava antigamente, segundo o ginecologista e obstetra Manoel Lemos Sobrinho, a cólica tem tratamentos que garantem a melhora da qualidade de vida da mulher. O médico destaca que algumas mulheres têm mais predisposição genética para a cólica do que outras. Mas alguns fatores também contribuem para o desenvolvimento das dores. Por exemplo, quanto mais burocrático é o trabalho de uma mulher, mais chances ela tem de apresentar cólicas, sendo assim as dores muito comuns em advogadas, dentistas e médicas. “Raramente vemos TPM em trabalhadoras braçais ou empregadas domésticas”, afirma. Por isso a receita mais simples – e também muito eficaz – é a prática de exercícios físicos. Segundo o especialista, o esporte induz à formação de endorfinas, uma substância considerada analgésico natural, fabricado pelo próprio corpo. “Além disso, as atividades físicas diminuem muito os outros sintomas que, como a cólica, fazem parte do transtorno perimenstrual, que acontece antes, durante ou depois da menstruação”, informa Sobrinho. Algumas receitas caseiras, segundo o ginecologista, também funcionam. Um exemplo disso é uma dose de bebida alcoólica. Afinal, conforme explica o médico, o álcool tem efeito relaxante sobre a musculatura uterina, por isso diminui a cólica. Quanto às bolsas de água quente, Sobrinho garante que elas também costumam aliviar a dor. Mas, de acordo com o médico, o tratamento clínico tem uma ação mais rápida, duradoura e eficaz. A terapia ainda é muito empírica e, para cada caso específico, um tipo de medicação é indicado. As duas principais drogas utilizadas são os antiinflamatórios e os anticoncepcionais. No caso das primeiras, Sobrinho conta que têm ação inibidora sobre as prostaglandinas, substâncias que provocam a cólica, causando a contração no útero. Quanto aos anticoncepcionais, de acordo com o especialista, eles atuam estabilizando a produção hormonal do organismo, o que faz com que, em algumas pessoas, as dores diminuam.