Dores musculares, fadiga, indisposição e distúrbios do sono são sintomas típicos da modernidade. Considerada uma doença...
Dores musculares, fadiga, indisposição e distúrbios do sono são sintomas típicos da modernidade. Considerada uma doença dos tempos atuais, o número de casos de fibromialgia aumenta a cada ano. Atualmente, 90% dos pacientes são do sexo feminino, com idade entre 35 e 60 anos. Isso ocorre, em parte, pela mudança do papel das mulheres na sociedade e pelo sedentarismo que a modernidade trouxe, mas também pode surgir na infância e na terceira idade. Segundo dados da Sociedade Mineira de Reumatologia, a doença afeta cerca de 2% da população brasileira, 400 mil pessoas apenas em Minas Gerais. Corresponde a, aproximadamente, 15% das consultas aos reumatologistas e é considerada a segunda causa mais comum de dor musculoesquelética crônica, perdendo somente para a osteoartrite, uma doença degenerativa das articulações. A fibromialgia foi reconhecida como doença apenas em 1990 e trata-se de um transtorno muscular associado à sensibilidade do indivíduo a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. De acordo com o ortopedista Vicente Macedo, vários estudos foram publicados, inclusive com critérios que auxiliam no diagnóstico dessa síndrome e que a diferenciam de outras condições que acarretam dores musculares ou ósseas. “Esses critérios valorizam a questão da dor generalizada por um período maior que três meses e a presença de pontos dolorosos padronizados”, declara. Existem várias formas de tratamento e muitas vezes é preciso associá-las. “Pode-se recomendar medicação, exercícios físicos de baixo impacto, alongamento, fisioterapia, redução do estresse e técnicas de relaxamento”, explica o especialista. “Os exercícios de fortalecimento muscular e alongamentos também são muito indicados, para tratar e direcionar para a cura da doença, que não é fácil. Além dos resultados, muitos dos alongamentos podem ser realizados facilmente em qualquer lugar durante alguns minutos”, ressalta Vicente. Ele lembra, no entanto, que o mais importante é focar em alguma atividade física. “Outro cuidado que deve ser tomado é para que não se excedam os limites e os pacientes acabem saindo com dor muscular”, destaca. Para que as dores musculares diminuam é necessário o aumento da força e o relaxamento de todos os tendões, nervos e músculos, permitindo à mente e ao corpo trabalharem juntos. “Esta técnica consiste em revelar ao cérebro a diferença entre as duas situações, para que o sistema nervoso reconheça e tente combater a dor”, explica Vicente. Para o ortopedista, seja qual for o tratamento para esta doença, o fundamental é a preocupação com o aspecto psicológico do paciente e a tentativa de fazer com que ele tenha um papel ativo na terapia. “Portanto, a fibromialgia é doença crônica de impacto negativo na sociedade, sendo necessário sempre atualizar sua forma de tratamento e abordagem terapêutica multidisciplinar”, conclui.