SAÚDE

Frades cappuccinos usam remédio do cerrado para combater o diabetes

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 15:16
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Os frades cappuccinos de Hidrolândia, a 25 km de Goiânia, combatem, há mais de 30 anos, os males do diabetes com a ajuda da mata nativa do cerrado. “Eles criaram um líquido à base de “pata-de-vaca” (Bauhinia forficata Link) capaz de controlar os níveis de glicose no ser humano”, revela reportagem publicada no jornal Diário da Manhã de Goiânia (www.dm.com.br).   O uso medicinal da planta passou por estudos na Universidade de Brasília (UnB), onde foi confirmada sua eficácia no controle da doença. Os religiosos agora aguardam o avanço das indústrias farmacêuticas sobre o conhecimento popular.   Conforme a matéria, o frei Selito Lorenzetti é o responsável pela fabricação do remédio, capaz de melhorar a vida dos diabéticos. O composto é feito a partir da folha da pata-de-vaca. A planta é colhida em uma reserva de propriedade da Igreja e o remédio é feito para controlar o diabetes tipo 1, doença auto-imune que destrói as células produtoras de insulina. Isso acontece porque o organismo as identifica como corpos estranhos.   A versão “doméstica” da planta não serve para o produto. “A fórmula é repassada entre os monges daqui há mais de 30 anos”, explica. O primeiro a fabricar o remédio foi o frei Alfredo Salton, morto em 1988”, afirma Selito.   O método de fabricação não é segredo. Frei Selito colhe a pata-de-vaca em uma fazenda da Igreja, em Santa Maria, a 45 km de Goiânia. Ele mói as folhas e as deixa secar ao sol. “Depois, coloco elas em galões com álcool ou pinga por 15 dias, até extrair a essência”.   A higiene é a maior preocupação. “Principalmente para não moer outras plantas junto das folhas”. A embalagem contém 200 ml e é vendida por R$ 5. “Não há lucro. O dinheiro vai apenas para a manutenção da plantação e do trabalho da colheita, compra da embalagem, álcool e outras despesas”, explica.   O anesteologista Juarez Barbosa Prudente, 74, trabalha com os frades há quase três décadas. Católico fervoroso, acompanhou pacientes tratados com o remédio gratuitamente. “Percebi melhora em todos os casos. Nunca alguém piorou depois de tomar a bebida”. A preocupação tanto do médico como dos frades é de que as pessoas não deixem de consultar um médico. “É preciso continuar indo ao hospital, realizando exames. Também é necessário cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos”, diz o frei.   O professor Francisco de Assis Rocha Neves, coordenador do laboratório de Farmacologia Molecular da UnB, verificou, em ensaios in vitro realizados com células humanas, que o extrato da planta ativa o receptor PPAR-gama, um potente estimulador da ação da insulina – hormônio responsável pela entrada de glicose na célula. O único problema é que os estudos apontam para o risco de a planta aumentar as chances de contrair câncer de mama e próstata. A pesquisa, no entanto, foi realizada com o extrato da planta, e não com o remédio dos frades.   O programa Globo Repórter apresentou recentemente reportagem intitulada “Plantas que curam”. Entre as espécies do Cerrado, foi apresentada a pata-de-vaca como excelente no combate ao diabetes. Ela também foi apresentada como auxiliar no controle da pressão arterial.   Moradora de Hidrolândia, Antônia Faleiro Severino, 68, é uma fiel consumidora do remédio. Ela utiliza o composto há quase dois anos. “Me sinto muito melhor. O nível de glicose está controlado”, diz. Mesmo com os benefícios, ela não parou de utilizar os remédios indicados pelo médico. “Continuo gastando com a farmácia todos os meses.”

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