Motivo de risada dos outros, a disfemia, ou a popularmente conhecida gagueira, é uma perturbação da fala que se ...
Motivo de risada dos outros, a disfemia, ou a popularmente conhecida gagueira, é uma perturbação da fala que se caracteriza pela repetição das sílabas e paradas involuntárias no início das palavras, o que dificulta a comunicação e promove queda na qualidade de vida de cerca de 1% da população mundial.
Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5%, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros sofrem de gagueira de forma crônica. Considerada uma doença com origem no cérebro, cerca de 55% dos portadores apresentam predisposição hereditária, enquanto 45% são causadas por lesões cerebrais. O restante fica a cargo das confusões emocionais. Mesmo assim, a gagueira tem tratamento, é o que explica a fonoaudióloga Paulina Palis. “Com tempo e informação as pessoas estão procurando mais ajuda médica para tratar a gagueira. Percebo que as mães estão procurando por atendimento cada vez mais cedo.
O que favorece a cura em quase 100% dos casos”, afirma.
Paulina explica que a gagueira pode ter várias causas e uma delas pode ser hereditária, mas isso não significa que se o pai tem gagueira o filho também a terá. “A perturbação tem tratamento, mas não é feito através de medicação. Exercícios de língua, lábios e bochechas fortalecem a musculatura responsável pela fala, o que adéqua a articulação para uma fala mais fluente”, explica Paulina.
A fonoaudióloga destaca ainda que quanto mais grave for a gagueira e quanto mais velha for a pessoa, mais complicada é a busca pela cura, sendo que mesmo assim ela não é descartada. “Com exercícios e acompanhamento profissional, o portador da gagueira pode conviver melhor com o problema, de tal forma que os outros não percebem que ele gaguejava”, esclarece. Por isso, é tão importante o diagnóstico e tratamento precoce da gagueira.
Normalmente, aos três anos de idade, muitas crianças apresentam alguma dificuldade de fala semelhante à gagueira, por isso, a fonoaudióloga alerta que é a fase em que pais e responsáveis podem começar a observar em casa. “É nessa fase em que se fica ou não gago. Então, é aconselhável, quando a mãe perceber que a criança está começando a repetir sílabas, ficando ansiosa para falar, que ela procure um fonoaudiólogo, porque às vezes, ela nem precisa de tratamento, mas apenas de uma orientação para superar a fase de dificuldade. Se o tratamento for necessário é o momento de maior possibilidade de cura”, alerta Paulina Palis.