SAÚDE

Grupo defende vacina da febre amarela para todas as crianças

Especialistas em febre amarela retomaram uma discussão polêmica: recomendação da vacina na infância.

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:59
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Especialistas em febre amarela retomaram uma discussão que causou polêmica no início dos anos 90: a recomendação da vacina contra a doença para todas as crianças.   Hoje, a imunização contra a febre amarela é rotina para crianças a partir de nove meses em 12 unidades da Federação onde a doença é endêmica (AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF) e em alguns municípios de áreas de transição e de risco potencial.   Segundo alguns dos principais pesquisadores da febre amarela, a expansão da imunização para crianças de todos os estados melhoraria a prevenção e evitaria que pessoas recebessem a primeira dose na idade adulta (situação em que são registrados mais efeitos adversos), além de diminuir a necessidade de grandes campanhas de massa, que exigem uso dos estoques de uma só vez e trazem maior risco de uso indevido da vacina. A discussão deverá ser aprofundada em 2009, no comitê assessor de imunizações do Ministério da Saúde.   Também o presidente do conselho de secretários estaduais da Saúde, Osmar Terra, informou que o assunto será discutido no órgão. Para outros especialistas, no entanto, não haveria justificativa para submeter todas as crianças ao risco de ter reações à imunização, isto apesar de a possibilidade de problemas ser rara. A vacina é feita com vírus vivo atenuado e pode causar de reações leves a raros eventos graves.   Entre dezembro de 2007 e julho deste ano, na última emergência de saúde pública causada pela circulação do vírus, o país registrou 45 casos de febre amarela, com 25 óbitos decorrentes da doença. Calcula-se ainda uma morte por reação a cada um milhão de doses aplicadas. Houve depois expansão da área de recomendação de vacina no RS, SP e MG.   Para o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz Luiz Camacho, a área de risco para febre amarela, que inclui estados populosos como Minas Gerais, somada ao frequente deslocamento de pessoas para áreas endêmicas (que apresentam circulação permanente do vírus da doença), poderia justificar a inclusão da vacina no calendário infantil. “Incluir no calendário em todo o país faria com que multiplicássemos o número de pessoas protegidas”, afirma o epidemiologista Pedro Luiz Tauil, da Universidade de Brasília, que diz acreditar que não é por acaso que os eventos adversos sempre ocorrem em vacinações em massa.   Riscos. Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, a discussão sobre a introdução da vacina no calendário infantil nacional é uma antiga polêmica e a posição de consenso do comitê, até agora, foi de não incluí-la por temor às reações adversas. “Esse é um balanço entre incluir (a vacina) e os efeitos adversos.” Ele confirma que um debate maior deve ocorrer no comitê.

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