SAÚDE

Hanseníase: números de Uberaba acima dos preconizados pela OMS

Cecília Toshie Tanaka, responsável técnica pelo programa de controle a hanseníase em Uberaba que teve redução dos índices, de 3,69 para 1,91 casos em cada 10 mil habitantes.

Faeza Rezende
faeza.rezende@jmonline.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 16/12/2022 às 08:14
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Durante os últimos dias, o mundo inteiro se mobiliza na Semana de combate à Hanseníase. No Brasil, a preocupação é ainda maior, pois o país é o segundo no ranking mundial com maior incidência da doença.  Apesar do preocupante lugar na listagem, segundo dados do Ministério da Saúde, o número de casos de hanseníase no Brasil registrou queda de 23% entre 2003 e 2007. Em Uberaba, no mesmo período, também houve redução dos índices, passando de 3,69 para 1,91 casos em cada 10 mil habitantes. Mas, segundo a enfermeira Cecília Toshie Tanaka, responsável técnica pelo programa de controle a hanseníase em Uberaba, o número ainda é alto. Afinal, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que esse coeficiente seja de menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Só em 2007, foram identificados em Uberaba 55 novos portadores da doença.   Em 2008, esse número caiu para 49. Conforme esclarece a enfermeira, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, e que pode afetar a pele, os nervos periféricos, os olhos e outras estruturas.  Atualmente, a hanseníase é um mal que tem cura e, quanto mais precoce o diagnóstico, menores são as sequelas deixadas pela doença. Por isso, a enfermeira alerta para que assim que surgirem os primeiros sinais da doença, a pessoa procure atendimento médico para o exame clínico, único capaz de detectar o problema.   “Entre os sintomas estão manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou acobreadas em qualquer parte do corpo com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. Além disso, podem surgir caroços e inchaços no corpo; áreas com diminuição dos pêlos e do suor”, alerta a especialista. Outro sinal importante para diagnóstico da doença é quando a pessoa não sente dor quando sofre corte ou queimadura.   O tratamento que leva à cura da hanseníase é gratuito. Em Uberaba, o serviço de referência da hanseníase está situado no Centro de Saúde Professor Eurico Vilela, mas, conforme informa Tanaka, a população também pode encontrar acolhimento nas Unidades de Saúde da Família e no Ambulatório da Funepu.   A medicação para o tratamento é padronizada pela OMS e o controle total da doença pode se dar entre 6 e 12 meses, dependendo do estágio em que o paciente procura atendimento médico. “O que constatamos é que, na maioria das vezes, as mulheres procuram mais cedo e, por isso, têm menos sequelas do que os homens e conseguem a cura mais rapidamente”, destaca Tanaka.   Quando o caso da doença é diagnosticado tardiamente, além de causar ônus para o Município, a enfermeira alerta que a hanseníase pode gerar certo grau de incapacidade física para a pessoa.   Conforme lembra a responsável pelo programa de controle à doença, em Uberaba, ainda não é possível erradicar a hanseníase, posto que não existe vacina. Mas, com uma maior procura por atendimento e não-abandono do tratamento, Tanaka garante que é possível controlara o problema, já que a doença transmitida por meio das vias respiratórias (tosse e espirro) das pessoas doentes e a partir do momento que elas começam a tomar o medicamento, deixam de ser transmissoras.

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