O Ministério da Saúde assinou no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, 27 de setembro, portarias que preveem investimentos de R$ 76 milhões no setor de transplante de ...
O Ministério da Saúde assinou no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, 27 de setembro, portarias que preveem investimentos de R$ 76 milhões no setor de transplante de órgãos no Brasil a partir de 2011. Com isso, o ministério espera um aumento de 20% na quantidade de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e diminuir a fila de 70 mil pessoas à espera de um órgão, mais da metade são de córneas. Em Uberaba e região, um paciente esperava cerca de dois anos para receber uma córnea doada. Hoje, esse período caiu e está entre 30 e 60 dias na fila. Isto se deve à Unidade de Captação de Córneas inaugurada em Conceição das Alagoas, no final de 2009 com investimento de R$ 30 mil.
No ano passado, no trabalho de captação de órgãos no HC-UFTM foram registradas 60 doações de córneas, seis de rins e uma de fígado. As equipes de transplante do HC fizeram 45 transplantes de córnea, dois de rins e um implante de esclera, líquido que preenche o olho. Em Conceição, das primeiras três entrevistas para captação de córneas, duas geraram doações, levando quatro pessoas a enxergar novamente.
Mas a fila de espera para córnea e outros órgãos continua crescendo. De acordo com o coordenador da CIH-DOTT/HC-UFTM, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, atualmente, cerca de 500 pessoas na região esperam para receber um rim, espera que dura uma média de 4 a 5 anos para a realização do transplante que necessita da notificação de morte encefálica. “Um projeto que está em votação no Congresso visa possibilitar que cidades com menos de 200 mil habitantes recebam unidades como esta. Frutal e Araxá já demonstraram interesse”, revela.
Medula. O coordenador destaca que já está em fase de negociação a introdução da cirurgia de transplante de pâncreas e Uberlândia, de fígado. “E no ano que vem o HC deve começar, ainda no primeiro semestre, a realizar transplantes autólogos de medula óssea, que serve para renovação da medula do próprio paciente doador, e mais futuramente entre doadores e pacientes compatíveis, mas precisamos de colaboração financeira. Faço um convite aos empresários e políticos da cidade e região, que colaborem e ajudem a salvar milhares de vidas”, frisa. Segundo o médico, mesmo com o apoio da UFTM, para a unidade de transplante de medula começar a funcionar com toda a sua capacidade será necessário investimento de R$ 1 milhão e meio.
Hoje, a Comissão conta com uma lista de 10 mil cadastros de doadores de medula óssea aguardando um paciente com compatibilidade para doar. “Mas é preciso que as pessoas continuem doando sangue, medula e manifestem aos familiares o desejo de se tornarem doadores. É um gesto de amor que salva muitas vidas”, completa Ilídio.