Transplantes de fígado devem começar a ser realizados em Uberlândia, a partir do segundo semestre deste ano. Quem revela é o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital de Clínicas da UFTM (CID-DOTT/HC-UFTM), Ilídio Antunes de Oliveira Júnior. Mas Uberaba continua pleiteando uma unidade para fazer os transplantes de pâncreas no HC, negociação iniciada em 2010.
O coordenador explica que os pacientes da região com problemas no fígado terão oportunidade de se deslocar para Uberlândia, que é a cidade mais próxima. Antes da implantação, a população que carece desses transplantes tem sido transferida para Belo Horizonte ou São Paulo. “Essas pessoas ficam gastando dinheiro e esperando o fígado, algumas vezes tendo que retornar sem ser chamadas para fazer o transplante. Portanto, essa realidade facilitará a vida de vários pacientes.
A previsão é de que as cirurgias comecem neste segundo semestre”, destaca.
Quanto à necessidade de realizar a estruturação do transplante de pâncreas em Uberaba, Ilídio Antunes afirma ser um sonho que já foi compartilhado com os coordenadores Estadual e do Sistema Nacional de Transplantes. “Como Uberaba e Uberlândia são cidades próximas, com 100 km de distância, se o transplante de fígado será feito neste município vizinho, podemos fazer o de pâncreas. Já transplantamos válvulas cardíacas, córneas e rins, com sucesso. No entanto, precisamos fazer mais transplantes para justificar a vinda do serviço para cá e para isso é preciso que as pessoas se conscientizem, fazendo mais doações”, alerta o médico.
Ilídio Antunes destaca, ainda, a importância de aumentar entre vivos as doações, além das que são feitas quando há morte cerebral de um paciente. “A possibilidade de um doador de medula encontrar compatibilidade entre parentes é de 30% e de um para 100 mil entre não parentes. Por isso, vamos ver a possibilidade de as pessoas doarem mais para seus parentes. Entre pessoas vivas, hoje podemos fazer doação de um rim, pois temos dois; de parte do fígado, já que é possível viver com 30% do órgão; medula óssea, sangue e parte do pulmão”, esclarece o especialista em transplantes.