Enquanto o país enfrenta falta de asparaginase, tioguanina, metotrexato ou minoxidil, os uberabenses precisam de outros medicamentos. Segundo a farmacêutica Mauritânia Rodrigues, do Hospital de Clínicas da UFTM, faltam remédios importantes para o atendimento satisfatório na instituição, que atende não apenas Uberaba, mas toda a região.
“A fenitoina suspensão é um medicamento necessário ao tratamento de convulsões e que o laboratório Pfizer deixou de produzir. Existe o remédio em comprimidos, mas em suspensão, ou gotas, ministrado aos internados, sumiu do mercado”, revela a profissional. Ela lembra que o anfotericina B, importante antibiótico que inibe o crescimento de fungos no organismo, também teve seu fornecimento interrompido.
A farmacêutica explica que, ultimamente, tem sido necessária atenção especial às licitações para a compra de remédios no sentido de evitar interrupções nos tratamentos. O procedimento adotado diante da falta de medicamentos no mercado é o contato com fabricantes, solicitando explicações. “A história é sempre a mesma: laboratórios com problemas de importação, alterações de registro de medicamentos ou mesmo dificuldade em atender a demanda. De repente o produto some. Não há como provar, mas acredita-se que laboratórios estão perdendo o interesse em fabricar determinados produtos. Saem poucos remédios para tratamento de casos específicos e eles avaliam que não vale a pena investir nesse tipo de produto”, comenta Mauritânia.
Embora seja previsto em lei o direito de os laboratórios pedirem o fim da licença de fabricação de qualquer produto, hospitais e pacientes ficam à mercê da lei da oferta e da procura, que rege o capitalismo.