O desalinhamento do osso do primeiro dedo do pé, além de causar problemas estéticos, também pode, se não tratado, chegar a dificultar - e muito - o andar.
Popularmente conhecida como joanete, a deformação do osso do primeiro dedo do pé atinge cerca de 30% da população adulta. O desalinhamento do membro, além de causar problemas estéticos, também pode levar a muito desconforto e, se não tratado, chegar a dificultar (e muito) o andar. Mas, apesar de todos os malefícios dessa deformação, a vaidade feminina faz com que ela evolua. Afinal, segundo o médico ortopedista Nelson Hely Mikael Barsan, na maioria das vezes o problema é postural, e não constitucional, ou seja, é causado por calçados errados, e não por tendência. “Qual mulher não gosta de sapatos de saltos altos e de bico fino? E eles são as principais causas dos joanetes”, ressalta o especialista. Por isso, apesar de existir predisposição genética para o joanete, o desvio lateral pode não ser tão elevado se os calçados utilizados pela pessoa forem confortáveis. De outro lado, mesmo sem histórico da deformação na família, o problema pode aparecer se os sapatos forem inadequados. Conforme explica o médico, o calçado de salto alto e bico fino, além de sobrecarregar a região anterior do pé (antepé), também ocasiona uma pressão sobre as articulações dos dedos, fazendo com que eles se juntem. “Mesmo sabendo que a vaidade feminina é grande, é importante que as mulheres não deixem que o modismo prejudique sua saúde. É fundamental o conforto dos pés”, orienta. O ortopedista conta que o uso contínuo de calçados impróprios faz com que os desvios se tornem mais acentuados e a dor, muito forte. Assim, por ser um problema postural, a recomendação do médico às mulheres é de que evitem esses sapatos e mesmo aquelas com pequeno desalinhamento devem optar por calçados confortáveis e sandálias de dedo. “Se as pessoas se dedicarem e mudarem os hábitos, escolhendo sapatos mais cômodos, raramente vão sofrer complicações”, garante. Outra dica para conter o problema é a “ginástica” com os dedos dos pés. “Se a pessoa exercitar, vai melhorar o equilíbrio”, informa. Em casos avançados, quando a função já está debilitada, pode ser aplicado o tratamento cirúrgico, que, conforme alerta Barsan, depende de uma correta avaliação do ortopedista. “O ideal é que essa intervenção seja tardia, após os 40 ou 50 anos. Não é recomendada para pessoas jovens”, destaca.