SAÚDE

Leishmaniose não é transmitida por contato

No dia 27, o Jornal da Manhã noticiou o sacrifício de cães de rua com resultado positivo para leishmaniose. Até o momento, as informações dos órgãos de Saúde dão conta de que a ...

Publicado em 03/01/2011 às 10:59Atualizado em 20/12/2022 às 02:20
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No dia 27, o Jornal da Manhã noticiou o sacrifício de cães de rua com resultado positivo para leishmaniose. Até o momento, as informações dos órgãos de Saúde dão conta de que a doença foi importada de regiões com surto, mas infectologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro alerta para o cuidado de autoridades e da população para conter o problema em Uberaba.

Leishmaniose é uma doença não contagiosa, causada pelo protozoário Leishmania, que invade e se reproduz dentro das células do sistema imunológico. De acordo com a infectologista do Hospital de Clínicas da UFTM, Cristina Hueb Barata, a transmissão acontece pela picada da fêmea de mosquito da espécie Lutzomyia longipalpis infectado, popularmente conhecido como mosquito palha, tatuquira, asa branca, cangalinha, asa dura, palhinha ou birigui.

“É preciso que o mosquito sugue o sangue de um cachorro infectado e depois pique uma pessoa para transmitir a doença.

Por este motivo, os cães de rua contaminados foram sacrificados, já que no cão a doença não tem tratamento”, explica.

A infectologista destaca que os mosquitos transmissores se alimentam de sangue e são mais comumente encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas. O hábitat natural são matas próximas a rios e córregos. Em região rural e de mata, roedores e raposas são os principais reservatórios da doença. No ambiente urbano, são os cães.

Além disso, a doença pode se manifestar de duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar. “A leishmaniose tegumentar ou cutânea causa vermelhidão de pele, que se transforma em lesões, geralmente autolimitadas, ou seja, não transmite a doença por contato. Até podem ter cura instantânea, mas podem reaparecer na mucosa oral e nasal, levando a lesões graves na boca, no nariz e garganta”, afirma Cristina Hueb. Crianças e idosos são mais suscetíveis.

A forma visceral ou calazar é a mais grave, sendo considerada uma doença sistêmica mortal. “Ela leva a quadro febril com mais de sete dias, a falta de apetite, emagrecimento e fraqueza, com inchaço de baço e fígado, induz à anemia, já que atinge a medula óssea”, revela a infectologista. A doença afeta o sistema imunológico, promovendo perda de peso, diarreia, crescimento da barriga e, se não for tratada, pode levar a óbito.

Prevenção e tratamento. De acordo com Cristina Hueb, a prevenção é feita a partir do uso de inseticidas para controlar a ação do mosquito, que em nada se assemelha ao mosquito transmissor da dengue. Uma das alternativas para conter a doença é identificar os reservatórios da infecção, que no caso do meio urbano é o cão doméstico e sempre usar repelente quando estiver em matas. Já o controle da evolução da doença é feito com medicação via intravenosa de distribuição gratuita e com acompanhamento médico constante, já que, se não tratada adequadamente, pode levar a óbito.

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