SAÚDE

Levantamento aponta que epilepsia atinge 1 em cada 100 brasileiros

De acordo com o especialista, Emersom Milhorim, o portador da doença é identificado se apresentar 2 ou mais crises

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:39
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Convulsões violentas, contrações musculares ou alteração de consciência. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a epilepsia é o transtorno cerebral mais frequente na população. Levantamento divulgado no segundo semestre do ano passado pela Federação Brasileira de Epilepsia indicou que um em cada 100 brasileiros tem a doença.   O neurologista Emerson Milhorim Oliveira explica que a epilepsia é uma alteração na atividade elétrica dos neurônios, de caráter temporário e reversível, que acomete áreas ou todo o cérebro, causando sintomas e/ou sinais denominados crises. De acordo com o especialista, o portador da doença é identificado quando já apresentou duas ou mais crises.   Conforme explica o médico, esses episódios com manifestações clínicas podem ser de três tipos: crises parciais; parciais complexas; ou generalizadas. “As parciais são quando se originam de determinada parte do cérebro e podem ser caracterizadas por contrações musculares ou alterações sensitivas de uma parte do corpo apenas”, informa.   Já as parciais complexas são marcadas por alteração de consciência, enquanto que as crises epiléticas generalizadas, por se originarem de todo o cérebro ao mesmo tempo, podem causar desde breves crises de ausência até violentas convulsões. Mas o médico alerta: “nem toda convulsão significa epilepsia”.   Conforme justifica Oliveira, traumas cranianos, hipoglicemia severa, crises diabética, meningites e, principalmente, encefalites também podem provocar convulsões, assim como febres fortes na infância. “Estas são chamadas de crises convulsivas circunstanciais e não significam que haverá epilepsia posteriormente”, explica.   Causas. O neurologista relata que algumas formas de epilepsia são de origem genética, embora não necessariamente hereditárias. “Por outro lado, ao longo da vida, danos na estrutura cerebral, como falta de oxigenação ao nascer, isquemias ou hemorragias cerebrais, traumatismos craniencefálicos, neurocisticercose, antecedentes de meningite, mais raramente tumores cerebrais, podem ser causas de crises epilépticas”, destaca.   Diagnóstico e tratamento. O diagnóstico da epilepsia é feito por meio de consulta, conversa detalhada do médico com o paciente e presença de familiares, sendo necessários, ainda, alguns exames: Eletroencefalograma e um exame de imagem (Tomografia de Crânio ou Ressonância Magnética do Encéfalo).   Com o tratamento medicamentoso – definido pelo neurologista –, a maior parte das Síndromes Epilépticas é controlada, oferecendo assim, aos pacientes, uma vida normal ou com pouquíssimas restrições. “Cerca de 20% das pessoas com epilepsia não obtêm controle das crises com remédio algum, sendo consideradas de difícil controle (refratárias)”, informa Oliveira. Nesses casos, o tratamento indicado pode ser a cirurgia.   De acordo com o médico, a evolução da doença depende da causa e do tipo de epilepsia, além da idade do paciente e do tratamento instituído. “Uma única crise prolongada e violenta pode deixar níveis variados de sequelas, desde o rebaixamento mental até danos cerebrais irreversíveis”, confirma Oliveira, alertando que isso também pode acontecer se a doença não for tratada e as crises se tornarem frequentes e repetidas ao longo dos anos.   Mitos. O neurologista esclarece que existem mitos com relação à doença, entre eles a relação entre alimentação e epilepsia. Segundo o médico, essa analogia está completamente errada. Ele ressalta que outro engano é acreditar que a epilepsia é contagiosa. “A maior parte dos epilépticos tem inteligência, capacidade e comportamento perfeitamente normais”, destaca o neurologista.       Como proceder?   É comum que as pessoas presenciem crises convulsivas de familiares, amigos ou até mesmo de desconhecidos. O neurologista Emerson Milhorim Oliveira dá dicas sobre como proceder nessa situação. Confira: - O paciente deve ser deitado, com a cabeça segurada e elevada um pouco acima do nível do restante do corpo, estando também virada para o lado, a fim de que secreções ou vômito não vão para os pulmões;  - As pessoas devem deixar espaço para a ventilação, não tumultuando ao redor do paciente; - Nunca se deve colocar o dedo na boca do paciente, porque ele pode cerrar os dentes, chegando, inclusive, a amputar o dedo do atendente; - Sempre certificar que a pessoa está conseguindo respirar; - Chamar uma ambulância de emergência.  

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