No Brasil existem 16,6 doadores por milhão de habitantes, mas o País precisa atingir cerca de 30 doadores por milhão
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Coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos, Ilídio Antunes diz que no HC-UFTM a média de recusa varia de 20% a 25%
Setembro Verde é o mês dedicado à conscientização em favor da doação de órgãos e tecidos para transplantes. Conforme o médico coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIH/DOTT), Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, o índice de recusa das famílias é, em média, no Brasil, de 43%.
“Nos últimos dois anos, no Hospital de Clínicas da UFTM (HC-UFTM) a nossa média de recusa varia de 20% a 25%. Estamos com índice de doação de múltiplos órgãos entre 75% e 80%”, esclarece.
Na avaliação do especialista, o aceitável seria uma média de recusa familiar em torno de 20%, assim como é na Espanha e na Croácia, locais em que mais há doação de órgãos e tecidos. “No Brasil, nós estamos com 16,6 doadores por milhão de habitantes, sendo que precisamos atingir cerca de 30 doadores por milhão de pessoas, o que seria um nível excelente”, argumenta o médico.
Uma doação de órgãos pode beneficiar de seis a dez pacientes que aguardam na fila de transplantes. Ilídio explica que, normalmente, é possível captar dois rins, duas córneas, o fígado, pâncreas, o coração e o pulmão. “Em geral, quando você nega uma doação, você está ‘matando’ dez pacientes”, pondera.
Para Ilídio, as pessoas precisam entender que doar órgãos é doar vida. “Um dia a gente pode precisar, então por que não doar agora”, questiona, acrescentando que a legislação vigente é muito simples para a doação, sendo suficiente avisar a família o desejo de ser doador.
Para ser um doador, especialmente de córneas, a pessoa precisa ter de 2 a 80 anos. “No caso da doação de órgãos sólidos, o paciente precisa ter todos os órgãos funcionando, mas a idade tem sido um pouco mais estendida. Já houve transplante de pulmão na Inglaterra com doador de 90”, completa.