Festa Junina é sinônimo de quitutes deliciosos e não tem o mesmo sabor sem pé-de-moleque, amendoim doce ou salgado, milho na palha...
Festa Junina é sinônimo de quitutes deliciosos e não tem o mesmo sabor sem pé-de-moleque, amendoim doce ou salgado, milho na palha, arroz doce e quentão. Mas, para garantir que as delícias de São João não se transformem em dor de cabeça, é preciso tomar muito cuidado na hora de comprar os ingredientes e manusear os pratos. O amendoim e o milho são dois ingredientes que podem representar um grande perigo à saúde, causando as temidas intoxicações alimentares, resultado de uma reação à comida ou à água contaminadas durante o preparo, manipulação ou armazenamento dos alimentos. Entre os agentes estão vírus, parasitas, como vermes, e as toxinas. Os mais comuns são as bactérias, especialmente a salmonela. “Normalmente, a intoxicação alimentar, em geral, tem como sintomas o enjoo, o vômito e a diarreia, que é o mais comum. E esse quadro pode se apresentar pela ingestão de alimento perdido. No caso das festas juninas é preciso muito cuidado com o amendoim e o milho, por exemplo, pois são alimentos que dão muitos fungos”, explica a gastroenterologista Jussara Gonçalves. De acordo com Jussara, as reações são muito variáveis, pois dependem da resistência de cada indivíduo, porém um quadro normal de intoxicação pode durar de três a sete dias, quando os sintomas vão perdendo força. Crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido precisam de um cuidado redobrado. Para estes a intoxicação pode ser perigosa. “Um quadro de infecção bacteriana no adulto leva de dois a três dias; na criança, quando começa a diarreia e o vômito, ela não consegue se alimentar, sendo muito mais sensível à desidratação. A mesma coisa ocorre com o idoso e nestes casos nós temos que intervir com medicamentos. Começou a passar mal, nós já tratamos”, frisa. Para ela, mulheres grávidas não fazem parte desse grupo de risco, mas alerta que, mesmo assim, devem ter cuidado com a desidratação. “A placenta filtra tudo, não deixa que essas infecções passageiras afetem o bebê”. Diagnóstico e tratamento. O diagnóstico só pode ser feito por duas vias. Um hemograma identifica se o agente presente no sangue é uma bactéria, uma alergia ou um vírus. Um exame de fezes e a cultura servem para encontrar possíveis bactérias patogênicas. Segundo a gastroenterologista, se os sintomas são leves, basta uma hidratação, o repouso e uma alimentação leve. “Se começar a se agravar, com muito vômito, o que impede a ingestão de líquidos, pode haver desidratação. Neste caso, é necessário procurar um médico que vai dar uma dose de remédio para amenizar os sintomas, tirando as dores e cortando o vômito, para facilitar a hidratação. O que faz mal na realidade é a desidratação”, afirma. Jussara alerta que é importante evitar a automedicação, em caso de intoxicação. Segundo ela, muitas pessoas tomam remédios para cortar a diarréia, pensando em resolver o problema. “O intestino é inteligente. Se ele soltou, é porque há nele alguma coisa, seja uma toxina, uma bactéria ou vírus, que precisa ser eliminada. Ao tomar qualquer tipo de remédio nessa linha, esses agentes vão ficar em contato mais tempo com o organismo. E absorver esses corpos estranhos pode levar ao desenvolvimento de um quadro sistêmico de febre, mal-estar, dor no corpo, piorando a situação. Quanto mais rápido o intestino limpa, mais rápida é a recuperação”, conclui.