O remédio remdesivir teve pouca eficácia contra o ebola, porém cientistas estão otimistas em relação ao tratamento para o coronavírus
Foto/ Ulrich Perrey / AFP
O portal Stat News, site americano especializado na área de saúde obteve um vídeo no qual médicos comentam estudos promissores sobre uma droga. O medicamento experimental remdesivir obteve resultados positivos no tratamento do novo coronavirus
Especialistas da Universidade de Chicago recrutaram 125 pessoas infectadas com o coronavírus, sendo 113 delas diagnosticadas como casos graves. Todos eles foram tratados com doses diárias do remdesivir. Segundo relatos dos responsáveis pelos estudos, a maioria se recuperou em menos de uma semana após enfrentarem problemas respiratórios e febre.
"A melhor notícia é que a maioria dos pacientes já teve alta", disse Kathleen Mullane, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Chicago, que lidera o ensaio clínico. Segundo ela, duas pessoas do grupo morreram, mas a maior parte dos testados teve rápida recuperação, mesmo com a doença em estado grave.
Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde disse que o remdesivir mostrou potencial no combate à COVID-19. A universidade afirmou que irá comentar o assunto oficialmente assim que resultados oficiais do estudo estejam prontos.
O remdesivir
O medicamento, fabricado pelo laboratório Gilead Sciences, foi testado contra o ebola com pouco sucesso, mas vários estudos em animais mostraram que pode prevenir e tratar os coronavírus relacionados ao COVID-19, incluindo a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e a MERS (Respiratório do Oriente Médio). Os testes com o remdesivir também têm sido realizados em dezenas de outros centros clínicos, além dos estudos da Universidade de Chicago.
A Gilead está patrocinando testes da droga em 2.400 pacientes com sintomas graves de COVID-19 em 152 locais de teste em todo o mundo. A empresa afirma também testar a droga em 1.600 pacientes com sintomas moderados em 169 hospitais e clínicas em todo o mundo. O laboratório afirmou que espera resultados do julgamento até o final do mês.
A Gilead declarou que entende a necessidade de um tratamento contra a Covid-19 e por isso há interesse em obter dados sobre o remdesivir. "A totalidade dos dados precisa ser analisada para tirar conclusões do estudo. Os relatórios até aqui, embora encorajadores, não fornecem o poder estatístico necessário para determinar o perfil de segurança e eficácia do remdesivir como tratamento para a COVID-19", acrescentou a fabricante.
*Com informações CNN