SAÚDE

Médicos defendem atenção à saúde primária

Na edição de domingo, 22, do Jornal da Manhã, gestores de hospitais da cidade debateram, no Fórum JM, a crise hospitalar, e entre outras...

Faeza Rezende
faeza.rezende@jmonline.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:31
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Na edição de domingo, 22, do Jornal da Manhã, gestores de hospitais da cidade debateram, no Fórum JM, a crise hospitalar, e entre outras soluções para o problema citaram maior atenção primária à saúde no Brasil. O assunto foi pauta do 1° Curso da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade de Uberaba, com o tema Medicina do Futur Uma integração entre acadêmicos, profissionais e comunidade, realizado de segunda, 23, até ontem, na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). No evento, que atraiu profissionais de diversas instituições do país, foram debatidas essa especialidade da medicina e a atuação do Programa de Saúde da Família (PSF) como solução para os problemas enfrentados pelo setor. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o médico Fabiano Gonçalves Guimarães, vice-presidente da Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade (AMMFC), defendeu os princípios da atenção primária, dizendo acreditar que a medicina de família é a medicina do futuro. “Ela já se mostrou efetiva tanto do ponto de vista dos desfechos clínicos como do ponto de vista dos custos para uma melhor qualidade de vida de uma população”, garante.   Conforme explica Fabiano, o médico de Família e Comunidade recebe o paciente desde o seu primeiro contato com o serviço de saúde e o acompanha durante toda sua vida, prestando um cuidado longitudinal e abrangente. “Somos responsáveis em prover acesso com qualidade, coordenando o cuidado do paciente com os outros níveis de atenção. É muito comum vermos pacientes perdidos, sem saber qual especialista consultar, quando apresenta algum sintoma, o que reforça a necessidade da existência de um profissional que, mais do que especialista em doenças, seja especialista naquela pessoa que é o seu paciente”, detalha. O médico Leonardo Cançado Monteiro Savassi também esteve em Uberaba para a discussão do tema. Ele é diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade e coordenador da Residência em Medicina de Família e Comunidade do Hospital Regional de Betim (MG). Em entrevista ao Jornal da Manhã, o especialista ressaltou que o Programa de Saúde da Família (PSF) parece ser o melhor custo-benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS), porque atende com mais qualidade e efetividade, a um custo teoricamente menor que o modelo anterior. “Somos capazes de resolver de 85% a 90% dos problemas de saúde da população”, garante.   Essa resolução se deve às ações preventivas, de promoção e de educação em saúde que são feitas no atendimento primário. Porém, Savassi pondera que essa é apenas uma base que depende dos outros níveis para funcionar. “Se a Atenção Secundária e Terciária não funcionam, não poderemos resolver os 10% a 15% de problemas que dependem da tecnologia dura”, informa. Os dois especialistas citaram, ainda, que foi comprovado pelo professor James Macinko que, para 10% de aumento da cobertura da Estratégia de saúde da família, havia diminuição de 4,6% na mortalidade infantil. “É claro que temos problemas ainda graves com financiamento e com o número de pessoas que cada equipe tem de cuidar, mas os avanços nos fazem acreditar que estamos no caminho certo”, informa Fabiano Gonçalves. O PSF no Brasil conta hoje com mais de 29 mil equipes, que atendem a mais de 93 milhões de pessoas.  

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