Amanhã (28), os pacientes que receberam um rim por transplante vão se reunir no Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU), a partir das 10h. Eles receberão uma Certidão de Renascimento, como forma simbólica de celebrar a recuperação que tiveram após a cirurgia. Além disso, o encontro vai comemorar o aniversário de três anos do Programa de Transplante Renal do MPHU.
De acordo com a enfermeira Camila Alves Pereira Barros, responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), o evento é de grande importância já que promove a troca de experiência entre os pacientes. “Esse encontro mostra para o paciente que ele não é o único que está naquela situação. Às vezes, o paciente ficou tanto tempo em tratamento de hemodiálise que ficou excluído da sua vida social e quando ele passa pelo transplante escuta: ‘Você está pronto para voltar para a sua vida’. Mas qual vida? Porque ele foi prejudicado no emprego e em relação aos amigos, já que ficou muito tempo por conta da hemodiálise. Então nós resgatamos isso nele, explicamos que agora ele tem uma vida praticamente normal. A única coisa que o segura aqui são as medicações. Então isso é muito importante”, enaltece.
O coordenador do Serviço de Nefrologia, Diálise e Transplante Renal do MPHU, Fabiano Bichuette, reforça que o evento também proporciona a integração e interação dos pacientes e das suas famílias com a equipe médica, de enfermagem, de assistência social e de psicólogos. “É muito importante estar, realmente, celebrando a vida, celebrando a saída desses pacientes da hemodiálise. O transplante dá para o paciente uma qualidade de vida e uma possibilidade de fazer coisas que, para nós, são pequenas, mas para o transplantado renal é muito grande”, afirma o médico.
Ao todo, são 35 transplantados convidados para o encontro, além dos familiares de cada um deles. “Nossa expectativa é a de promover um momento de alegria e descontração, com bate-papo, fotos e entrega dos certificados de renascimento. Além disso, entregaremos uma lembrança do hospital para cada um e iremos oferecer salgados e bolo, como em um aniversário mesmo”, comenta a enfermeira.
“Esse evento é muito gratificante para que nós possamos ver, efetivamente, a alegria que é mudar a vida de tantas pessoas com o transplante. Cada ano que passa, vamos agregando mais pacientes a esse evento e a esta família de transplantados do MPHU”, destaca o nefrologista Fabiano.
Transplantes renais MPHU
O número de transplantes renais do MPHU dobrou no primeiro semestre de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado. “No nosso primeiro ano foram dois. Em 2016, foram sete, depois, em 2017, 16. Só este ano, no primeiro semestre, nós chegamos a uma marca de 14 transplantes. Esse número crescente mostra que estamos conseguindo colocar os nossos pacientes renais crônicos de Uberaba e região na lista”, pontua o médico.
Atualmente, estima-se que são mais de 32 mil brasileiros na fila por um transplante. Desses, cerca de 20 mil esperam por um rim, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). “Só existe o transplante renal se os pacientes estão inscritos na lista de transplante e, para isso, é importante a realização de diversos exames para testar se eles estão em boas condições de saúde para receber o órgão e mostrar a vocação para fazer transplante de doador vivo. Muitas vezes, quando existe um doador vivo na família, algum parente que se dispõe e que também está em boas condições clínicas, esse paciente, em teoria, não precisa aguardar na fila, ele consegue fazer o transplante no momento em que o doador dele estiver apto”, esclarece.
Ainda de acordo com o nefrologista, muito mais do que ter um paciente na lista, é preciso doadores e a expectativa é aumentar cada vez mais esse número. “Por isso, a importância de ter um mês como o Setembro Verde, mês de conscientização sobre a importância da doação, a importância de que, quando acontecer a morte encefálica de algum parente, a família autorize essa doação, pois um doador pode salvar oito ou até mesmo 10 vidas”, conclui.
O MPHU
Em 2016, o MPHU foi o primeiro hospital em Uberaba certificado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). No ano passado, o hospital recebeu a recertificação da entidade. Essa acreditação significa que estão sendo aplicados os melhores métodos para assegurar a qualidade na assistência, garantindo a segurança do paciente. A análise inclui a assistência hospitalar, a clínica de hemodiálise, o laboratório de análises clínicas e todo o serviço de imagem do Hospital.
O hospital de ensino atende pelo SUS, particular e pelos convênios: Unimed, RN Saúde, Pró-Saúde, Promed, Caixa Econômica, IPSM-MG, Amil, Fusex, Delta Sucroenergia. Copass Saúde, Cemig Saúde, Med Prev, Sulamérica, Petrobrás, Ipsemg, entre outros.