De acordo com a dermatologista Vanessa Lenza, ela é determinada por um processo de longa duração, que provoca a diminuição e a deterioração do cabelo
Poucas coisas despertam tanto pavor quanto o aparecimento das famosas “entradas” no cabelo. Até um tempo atrás, este era um problema que atingia especialmente os homens. Cerca de 70% deles sofrem de algum grau de calvície a partir dos 40 anos. As mulheres, ao contrário do que se pensa, também desenvolvem a calvície nos seus mais variados graus. Hoje, devido às mudanças no ritmo de vida, aproximadamente 5% sofrem desse mal. A alopecia androgenética feminina, nome científico, assim como a masculina, caracteriza-se pela perda de cabelos com influência genética ou hormonal. De acordo com a dermatologista Vanessa Lenza, ela é determinada por um processo de longa duração, que provoca a diminuição e a deterioração do cabelo, que começa a diminuir. “O cabelo normal entra em processo de repouso e queda a cada quatro anos, em média, retornando com a mesma espessura para durar mais quatro anos. O fio, nos indivíduos predispostos à calvície, volta cada vez mais fraco e fino, transformando-se progressivamente em uma penugem. Essa transformação lenta e gradual é que vai provocando a rarefação capilar”, explica. E a dermatologista destaca, ainda, que a prevalência de queda de fios nas mulheres varia de 8% a 25%. “Nos casos iniciais, a maioria das mulheres não percebe e não se queixa, pois há rarefação muito discreta. E sabemos que há uma predisposição hereditária para o desenvolvimento da calvície, mas acredita-se que haja herança de vários genes envolvidos com expressão ainda não muito conhecidos”. Além da hereditariedade, os hormônios também são responsáveis pelo desenvolvimento da calvície masculina e feminina. “A mulher é particularmente suscetível a essa perda de cabelos devido às variações hormonais. É frequente o início da alopecia após o parto ou quando a mulher cessa o uso do anticoncepcional ou de tinturas e alisamentos, carência alimentar, como anemia, falta de ferro, e emagrecimento desordenado, além de problemas na tireóide e estresse”, explica. A ansiedade torna-se, então, um fator determinante. Tratamento. Não estamos falando, no entanto, de um problema totalmente sem solução. Existem alguns tratamentos para a calvície, desde medicamentos específicos até o transplante capilar, que tem custo relativamente alto, de aproximadamente R$ 7 mil, dependendo do grau de calvície e das características. Em outros casos, existem no mercado medicamentos que impedem que a substância responsável pela queda do cabelo e por torná-lo mais fino, a Dihidrosterona (DHT), acumule-se nos folículos capilares. Desta maneira, paralisa-se o processo de miniaturização, em que a cada troca de cabelos nasce um fio mais fino, fraco e quebradiço, até chegar ao chamado fio inviável. O cabelo não cai de uma só vez. A perda acontece em vários níveis, variando da queda nas entradas (região frontal) até a eliminação de todos os fios da parte superior da cabeça. “Pode-se usar, também, o minoxidil, substância manipulada de 2% a 5% em formulações tópicas, xampus e condicionadores antiqueda; vitaminas, como piridoxina, biotina; alguns aminoácidos, como metionina e cisteína. São indicados, ainda, a mesoterapia, uma variação de princípios ativos aplicados com uma seringa diretamente no couro cabeludo; o laser capilar e os tratamentos ortomoleculares”, completa Lenza. É necessário, porém, que se faça uma avaliação do tipo de cabelo para garantir a eficácia do tratamento.