Abdome definido, pernas torneadas e muitos músculos. Esse é o objetivo de 99,9% das pessoas que frequentam as milhares de academias espalhadas pelo mundo em busca de um corpo “sarado”. Exercícios, aparelhos e novas modalidades esportivas são algumas das ferramentas utilizadas para a conquista desse tão sonhado desejo. O que muita gente não sabe é que o corpo tem limites e eles devem ser respeitados. Exagerar na sequência de exercícios ou calcular errado o peso dos aparelhos, pode provocar problemas cardíacos e principalmente ortopédicos, ou então um problema chamado Síndrome de Dominância Muscular. Parece um nome complicado, mas o educador físico, Ricardo A. de Morais Brandólis, explica: “é quando a pessoa altera a postura gerando uma força muito maior em determinado tipo de músculo, ou região do corpo, e muito menor em outro, causando desequilíbrio. Esse estado faz com que a pessoa venha a desenvolver problemas musculares, ósseos, dos ligamentos e nas cartilagens”. Está comprovado que exercícios repetidos, intensamente, podem provocar lesões das articulações e músculos, e ocasionar sérios problemas na coluna. Segundo o especialista em Musculação Terapêutica Esportiva, não é somente o exercício errado que causa lesões. “Pesquisas têm mostrado que a mulher, no decorrer do envelhecimento, tem grande perda óssea do quadril. Ao receber uma série de exercícios para o corpo, menos para a região do quadril, os outros exercícios podem estar todos corretos, bem feitos, mas se não reforçarem onde há necessidade, aparecem os problemas na região esquecida. Só o exercício certo não é suficiente, tem que ser o ideal”, destaca. Lombalgia, hérnia de disco, ciática, torcicolo, lesões no ombro e no quadril são as principais queixas dos exercícios desequilibrados. Quem sente dores durante a realização de exercícios deve parar imediatamente, pois a dor é sinal de que a atividade não está adequada ou que haja alguma lesão. Muitas vezes, a lesão já existe, mas fica mais evidente quando se pratica um exercício. Neste caso, o melhor é diagnosticar o motivo e tratá-lo antes de recomeçar a atividade. Quando instalada, os recursos para resolver podem ser desde fisioterapias, cirurgias corretivas e agora a Musculação Terapêutica Esportiva. Até pouco tempo, após uma lesão o tratamento inicial era baseado no repouso e durante esse período o indivíduo tomava remédios para dor, voltando aos exercícios físicos apenas após seis ou oito meses. “Hoje, não é assim. Após o diagnóstico, ou o pós-operatório, o paciente pode iniciar o tratamento com o próprio exercício, evitando perder a função do músculo e a estabilidade do corpo. A musculação terapêutica restabelece o equilíbrio do corpo através de exercícios simples ou aplicados a um esporte, o que leva a uma recuperação mais rápida e mais eficiente”, informa Brandólis. “Os exercícios podem ser leves ou mais intensos, trabalhando o fortalecimento global e direcionando o fortalecimento específico a determinado esporte”. Por isso, segundo o educador físico, essa modalidade de musculação também é ideal para a perda de peso, destacando que se torna eficiente, não apenas para adultos como também contra a obesidade infantil.