Foto/Jairo Chagas
Conforme Djalma Abrão, aproximadamente de 15% a 20% dos pacientes com esclerose múltipla iniciam o quadro com a neurite óptica
A neurite óptica é um processo inflamatório, infeccioso ou desmielinizante que afeta o nervo óptico. De acordo com o oftalmologista Djalma Abrão Jr., quando associada à desmielinização, tem como causa mais comum a esclerose múltipla. “A desmielinização é a perda da camada protetora de mielina das fibras nervosas”, esclarece o especialista.
O oftalmologista explica que a esclerose múltipla é uma doença desmielinizante e que, aproximadamente, de 15% a 20% dos pacientes com esclerose múltipla iniciam o quadro com a neurite óptica. “Ela ocorre em algum momento da esclerose múltipla em 50% dos pacientes com a doença estabelecida. Por ser autoimune, não há como prevenir”, pontua.
A apresentação da neurite por esclerose múltipla, segundo Djalma, ocorre geralmente entre 20 e 50 anos de idade, em média aos 30 anos. “Acomete, sobretudo, mulheres e indivíduos caucasianos, com diminuição abrupta da visão em um único olho. Alguns pacientes ainda apresentam alterações visuais, como clarões ou centelhas brancas ou coloridas, desconforto ocular ou ao redor dos olhos, cefaleia e aumento da sensibilidade ocular”, afirma.
Djalma Abrão destaca que em torno de 75% dos pacientes conseguem recuperar boa parte da visão, porém as cores, sensibilidade ao contraste e apreciação da intensidade luminosa frequentemente ficam anormais. “Pode ocorrer atrofia do nervo quando ocorrem episódios frequentes de neurite. Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem neurite crônica, que leva à perda visual progressiva”, acentua o especialista.
Por fim, Djalma enfatiza que o diagnóstico é feito com base na história clínica, ressonância magnética, punção lombar e exame oftalmológico. “O tratamento pode ser realizado com corticoides ou imunossupressores. Contudo, a terapia não influencia o resultado visual final e a grande maioria não necessita de tratamento visual”, garante.