Evitar riscos de sangramentos, infecções hospitalares e infarto do paciente que está na mesa de cirurgia para tratamento de hidrocefalia e cistos ou realizar biópsias com segurança são ...
Evitar riscos de sangramentos, infecções hospitalares e infarto do paciente que está na mesa de cirurgia para tratamento de hidrocefalia e cistos ou realizar biópsias com segurança são alguns dos benefícios de técnica cirúrgica minimamente invasiva praticada no Hospital de Clínicas da UFTM. A cirurgia entrou no rol de procedimentos no fim do ano passado e até agora mais de 30 pessoas já passaram pela técnica, oferecida totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de não ser recente no tratamento de doenças cerebrais e utilizada nos principais centros de neurocirurgia do Brasil e do mundo, a técnica endoscópica é inovadora no Triângulo Mineiro. O neurocirurgião assistente da disciplina de Neurocirurgia da UFTM, Roberto Alexandre Dezena, participou de treinamento na Alemanha.
Segundo o especialista, a cirurgia consiste na realização de um único orifício no crânio, sendo utilizada uma microcâmera de alta resolução, acoplada a canais em que estão inseridos instrumentos delicados que infligem o mínimo dano ao tecido cerebral saudável. “Com isso, é possível tratar a hidrocefalia, que é o aumento de água na cabeça; fazer biópsias, que é a retirada de tecido para análise, detecção de inchaços e de câncer”, esclarece.
O procedimento não substitui por completo o tratamento antigo realizado com a utilização de próteses, como as derivações valvulares para tratamento das hidrocefalias, ou a abertura do crânio para biópsias, mas é uma ferramenta importante. Há casos em que a técnica pode trazer benefícios ao paciente. “Se reduzimos a abertura do crânio, diminuímos também o tempo da operação e, consequentemente, o tempo em que o paciente fica exposto à anestesia, o que é bastante aplicável em crianças, já que a hidrocefalia infantil é muito comum, principalmente em recém-nascidos”, revela Dezena.
Reduz-se o tempo de uma cirurgia normal de duas a três horas para 15 a 20 minutos com o novo procedimento. “Apesar de o paciente não sentir dor, quanto mais tempo exposto à anestesia, maior o risco de infarto, de haver complicação hemorrágica e infecções”, revela o neurocirurgião, esclarecendo que a cirurgia minimamente invasiva torna o tratamento mais seguro.