Irritabilidade, falta de memória e fraqueza muscular podem ser sinais de sono atrasado, mas também de distúrbios, como ansiedade, depressão, síndrome das pernas inquietas
O horário de verão terminou à meia-noite de sábado, 20. Atrasamos os relógios em uma hora e, mesmo que essa ação signifique o retorno a velhos hábitos, a mudança nos costumes diários pode trazer dificuldades no sono e na vida de pessoas por vários dias. E nada melhor que seguir algumas recomendações para resolver essa questão.
Irritabilidade, falta de memória e fraqueza muscular podem ser sinais de sono atrasado, mas também de distúrbios, como ansiedade, depressão, síndrome das pernas inquietas. A mudança, que nada mais é do que a volta ao horário antigo, ao qual o organismo está mais condicionado, requer uma adaptação que pode ser difícil para algumas pessoas.
Segundo o neurologista Emerson Milhorin Oliveira, é fundamental tirar os primeiros dias para recuperar o sono reparador. “O sono não é uniforme, há uma sequência de quatro fases. Desde quando nos deitamos, ao surgir a sonolência, o sono se aprofunda à medida que as ondas cerebrais vão ficando mais lentas. O metabolismo fica mais lento, aumenta o relaxamento, até que chegamos à fase em que realmente descansamos. Etapa fundamental para o descanso, melhora do humor, da musculatura e do condicionamento cardiorrespiratório”, explica.
Para que essa transição de horário seja mais tranquila e o organismo não seja prejudicado pela variação no sono, o especialista faz recomendações. “Para cada noite maldormida é necessário repor várias boas noites para regularizar o sono. Esse tempo pode variar de três a sete noites. A readaptação pode ser feita se a pessoa dormir mais cedo ou acordar um pouco mais tarde na primeira semana”, esclarece o neurologista.
O sono é fundamental para os processos de memorização e aprendizado. “A pessoa que dorme mal está sujeita a mais erros e falhas de memória. Além disso, dormir mal engorda, pois aumenta a secreção de cortizol no organismo e a pessoa passa a reter gordura. Um sono ruim reduz as defesas imunológicas e a pessoa fica mais sujeita a infecções”, alerta Milhorin.
Para aqueles que já sentem dificuldade para dormir ou acordam cansados, o especialista recomenda observar o que atrapalha o sono. Quem acorda com dores musculares, principalmente pescoço e ombro, sono não restaurativo e distúrbio de humor, pode possuir doenças crônicas, como fibromialgia.
Dicas
- dormir bem não significa dormir muito;
- evite calor e frio excessivo;
- escolha colchão e travesseiro adequados e ambiente silencioso;
- não pratique exercícios intensos antes de dormir;
- diminua a luminosidade do ambiente e evite televisão, computador ou relógio luminoso ligados;
- evite banhos frios ou muito quentes antes de dormir;
- não durma além do necessário;
- procure dormir mais cedo nos próximos dias, para se adaptar ao novo horário;
- tirar um cochilo de 20 a 40 minutos após o almoço pode ser reparador.