SAÚDE

Número de infartos cresce enquanto as bolsas despencam

José Geraldo Ferreira Gonçalves: “o estresse é um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares”

Faeza Rezende
faeza.rezende@jmonline.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 03:52
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A crise econômica mundial pode ter consequências muito mais drásticas do que se pensa às vidas das pessoas. Segundo um estudo desenvolvido no Rio de Janeiro, na medida em que os gráficos da bolsa apresentam mais quedas, aumentam a mortalidade por infarto.

Após comparar os óbitos ocorridos na Cidade Maravilhosa entre 2001 e 2002 com os gráficos da Bolsa de São Paulo (Bovespa), o cardiologista João Mansur Filho constatou que a taxa de óbitos por infarto chegou a subir 36,4% em períodos de "desespero" no mercado.

O cardiologista José Geraldo Ferreira Gonçalves explica que isso pode acontecer não só com as movimentações na bolsa, mas como em qualquer situação de estresse, como um jogo de futebol e até mesmo no resultado de um prêmio da loteria, porque, conforme ele destaca, o estresse é um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, entre elas o infarto. Ele ressalta que tanto o estresse crônico persistente, quanto o agudíssimo e de alta intensidade podem aumentar a probabilidade da doença.

"Qualquer tipo de estresse eleva o nível de catecolaminas, que é um hormônio produzido nas glândulas supra-renais, em circulação no sangue", informa o médico. Conforme o especialista, o aumento dessas substâncias pode provocar infarto em qualquer pessoa e de qualquer idade, por três situações.

Uma delas é o aumento da pressão arterial. "Já está comprovado que a cada 10 milímetros de mercúrio que aumenta na pressão máxima dobra o risco de infarto e as catecolaminas aumentam a pressão", conta o cardiologista.

O médico acrescenta que a outra situação que pode ocasionar o infarto, por causa do estresse, é a ruptura de placas de aterosclerose (gordura) que já estejam formadas, já que as catecolaminas causam alterações nas paredes das coronárias. Essa situação, segundo Gonçalves, é mais comun em maiores de 30 ou 40 anos.

A terceira circunstância propícia ao desenvolvimento de infarto derivada do estresse é o espasmo coronário. As catecolaminas, conforme conta o médico, podem favorecer a redução ou um aperto repentino em uma parte de uma artéria coronária (que forneça o sangue ao coração), o que causa o infarto.

Além do estresse, existem outros fatores de risco para o infarto, como hipertensão, diabetes, fumo, pressão alta e obesidade. Aliados, a probabilidade da doença é ainda maior. Para evitá-la, a dica é a alimentação balanceada, exercícios físicos e atividades de lazer que possam amenizar o estresse diário.

Os sintomas. José Geraldo alerta que os sintomas de infarto sã dor no peito de forte intensidade acompanhada de suor frio, ânsia de vômito ou vômitos, e palidez. "Hoje, o paciente tem grandes chances de reverter o quadro, mas para isso é muito importante que o paciente procure um médico rapidamente, assim que começarem os sintomas", avisa.

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