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Os animais de companhia podem contribuir para o estímulo à afetividade, diminuir o estresse e a ansiedade, além de oferecerem um senso de responsabilidade desde cedo. Porém, alguns cuidados devem ser levados em consideração.
É muito comum que pais presenteiem seus filhos com a adoção de cães e gatos. Os pets são leais, amorosos, divertidos e ainda podem oferecer benefícios à saúde dos membros da família. Quando falamos especificamente em crianças, as vantagens são ainda maiores. Um pet pode estimular a afetividade dos pequenos e oferecer a eles um senso de responsabilidade. Porém, para ser saudável, toda relação precisa de alguns cuidados.
Cuidados
A médica-veterinária Gabriela Rosa explica que o primeiro passo para uma convivência saudável entre pets e crianças é manter o calendário de vacinação em dia. “Cães e gatos podem trazer benefícios para crianças, como diminuir o estresse e a ansiedade. Mas é preciso lembrar aos tutores que pets podem transmitir doenças, chamadas de zoonoses, que são comuns aos seres humanos e animais, como a raiva”, afirma.
Transmissão
A veterinária argumenta que quando um cão ou gato se contamina com o vírus, geralmente pelo contato com um animal de rua ou um animal silvestre, ele pode transmitir a doença para os seres humanos por meio da mordida. “Por este motivo, a vacinação adequada é fundamental”, reforça. Outro exemplo de zoonose é a leptospirose, que é transmitida aos cães pela urina do rato. Um cão contaminado, além de adoecer e poder morrer, também pode passar a doença para as pessoas.
Além das zoonoses, existe uma série de doenças que podem acometer cães e gatos e que podem ser prevenidas através da vacinação, como Cinomose, Parvovirose, Hepatite Infecciosa Canina, Coronavirose, Parainfluenza e Adenovirose em cães; e rinotraqueite, calicivirose, panleucopenia e clamidiose em gatos. “O médico-veterinário é quem prescreve e aplica a vacina. Levar o animal para uma consulta pelo menos uma vez ao ano é essencial”, defende.
Sobre o contato entre o animal de estimação e as crianças, é importante que os pais expliquem com atenção os limites saudáveis desta interação, como evitar que beijem o pet no nariz ou na boca. “Os pets têm o hábito de lamber todas as áreas do corpo, incluindo as íntimas. Por isso, devemos lembrar de lavar as mãos depois de brincar com eles, principalmente antes das refeições”, destaca Gabriela.
Parasitas
Outra responsabilidade dos tutores é a proteção contra pulgas e carrapatos. Esses parasitas podem aparecer na vida dos pets e não devem ser negligenciados. “O tutor precisa ficar atento aos sinais. Animais de estimação se coçam, mas não o tempo todo. Se a coceira ocorre com frequência, o pet pode estar infestado por pulgas. Mesmo que o cão tenha estado em ambiente fechado a maior parte do tempo, as formas jovens destes parasitas (ovos e larvas) estão em todos os lugares e podem ser trazidas para dentro de nossas casas”, alerta.
Uma infestação de pulgas pode começar rapidamente. Isto porque, após a alimentação e acasalamento, as fêmeas das pulgas podem depositar até 50 ovos por dia. Animais com pulgas podem apresentar prurido intenso, pele avermelhada, perda de pelos e feridas pelo corpo. “Desta forma, é mais fácil para fungos e bactérias oportunistas se instalarem no animal, o que pode levar a uma infecção”, diz a veterinária. As pulgas também podem transmitir verminoses aos pets que, ao se coçarem, ingerem acidentalmente o parasita, contraindo um verme chamado Dipylidium caninum. Esse verme pode ser posteriormente observado nas fezes ou região anal dos animais, e se assemelham a pequenos grãos de arroz.
Já os carrapatos podem ser ainda mais perigosos. A erlichiose, por exemplo, é uma das doenças mais comuns transmitidas por este parasita. Ao picar o animal, a bactéria é introduzida no corpo do pet, afetando principalmente as células do sangue. Alguns dos sintomas causados pela erlichiose incluem emagrecimento rápido, letargia, febre, secreção nos olhos, e sangramentos pelo nariz ou na pele, manifestados por pequenos pontinhos vermelhos, chamados de petéquisas. Em caso de suspeita, Gabriela sugere que os tutores levem o animal ao veterinário o mais rápido, pois a doença pode se agravar rapidamente, colocando em risco a vida do pet.
Fonte: Boehringer Ingelheim