De acordo com a psicóloga Lourraine Marega Andrade, a pedofilia é uma psicopatia, referente a uma perversão do desenvolvimento da sexualidade.
A novela Chamas da Vida, no ar pela Rede Record, está levantando discussão a cerca de diversos temas polêmicos, entre eles a pedofilia, um assunto que cada vez mais está presente nos noticiários da vida real. Segundo a psicóloga Lourraine Marega Andrade, a pedofilia é uma psicopatia, referente a uma perversão do desenvolvimento da sexualidade. “O pedófilo é uma pessoa ansiosa, compulsiva e obsessiva que tem preferência sexual por crianças normalmente na idade pré-puberal entre 7 e 14 anos”, ressalta. De acordo com a psicóloga, a sexualidade do pedófilo é guiada pelo ódio, já que em que ele tenta reviver fantasias sexuais infantis que não foram bem elaboradas. “Não há consideração para com a criança que é usada como um objeto sexual. Ela não é percebida como sendo uma pessoa, e há uma ausência absoluta de amor”, acrescenta. A especialista informa que o pedófilo é um doente que precisa de tratamento e, por isso, não deve ser visto apenas como um criminoso. “Os cuidados terapêuticos servem para que, aos poucos, ele possa tentar compreender o que aconteceu, perceber como se relaciona com os objetos, e entrar em contato com seu mundo psíquico, com suas dificuldades, com suas fantasias, e se possível tentar se relacionar de forma não abusiva com seus familiares e com a sociedade”, justifica Andrade, afirmando ainda que o grande problema é que, na maioria das vezes, o agressor não aceita o tratamento. Mas não apenas o pedófilo precisa de tratamento. Afinal, a criança vítima de abuso sexual, conforme orienta a especialista, é submetida a uma sobrecarga de violência para a qual não tem condições de lidar nem física e nem emocionalmente, o que pode gerar uma grande quantidade de afetos sem representação mental. “Estes sentimentos irão aparecer de forma confusa, através de inibições, agressividade, frigidez e impotência. A capacidade de amar e de pensar ficam seriamente comprometidas”, avisa Andrade. Entre as consequencias do trauma estão, a falta de confiança nas pessoas e, na maioria dos casos, a vítima poderá se tornar um pedófilo no futuro. Como ajudar? De acordo com a psicóloga, as crianças vítimas de abuso sexual emitem sinais que podem alertar os pais para a situação e evitar traumas. Os indicadores podem ser comportamentais, como raiva excessiva e sono perturbado; físicos, como doenças sexualmente transmissíveis, infecção urinária crônica, hemorragia vaginal ou retal; ou psicológicos, como ansiedade e confusão com relação a sexualidade. Além de ficarem atentos a esses sinais, Andrade recomenda que os pais devem sempre procurar conversar com a criança e mostrar que confiam nela. Se constatado o abuso, a psicóloga explica que é necessário denunciar o agressor a algum órgão do poder público em defesa da criança e do adolescente, como o Conselho Tutelar, e encaminhar o menor para tratamento. Outro conselho da especialista é atenção redobrada dos pais ao uso da internet, um dos campos mais explorado pelos pedófilos. Por isso, é importante delimitação de horários para o uso do computador e restrição de sites. “Hoje a internet facilita o contato dos pedófilos com suas vítimas, pois eles podem assumir qualquer personalidade e usar uma linguagem que atraia crianças e pré-adolescentes”, esclarece.