Nenhuma perda é mais radical ou significante durante o processo de envelhecimento do que a diminuição da massa magra corporal, ou seja, a perda muscular
Nenhuma perda é mais radical ou significante durante o processo de envelhecimento do que a diminuição da massa magra corporal, ou seja, a perda muscular. Esse processo caracteriza uma síndrome geriátrica conhecida como sarcopenia. Mesmo com estimativas ainda conservadoras, atualmente, a sarcopenia afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo, podendo ultrapassar 200 milhões nos próximos 40 anos.
Quando perdemos massa muscular, consequentemente, reduzimos a força e a potência muscular. Fato este que pode conduzir à perda da independência funcional e a uma maior dificuldade na realização das atividades da vida diária, o que torna importante o estreitamento da compreensão da sarcopenia como um conhecimento de efeitos na saúde pública.
De acordo com o médico geriatra Wladimir Almeida Fighera, estima-se que 40% dos homens e mulheres acima de 60 anos já tenham uma importante perda ou comprometimento da mobilidade, sendo que mais de 50% das pessoas acima de 80 anos terão esta síndrome de consumo de força e massa muscular. “A sarcopenia é uma síndrome clínica que significa a perda da força e da massa muscular, muito comum na terceira idade. A palavra vem do grego e pode ser traduzida como a pobreza da carne. Um terço da massa muscular é perdida com o avançar da nossa idade, começando a partir dos 30 a 40 anos, com diminuição de 0,5% ao ano, até aumentar muito, acima dos 60 a 65 anos, com mais de 1% de perda ao ano”, esclarece.
O especialista afirma que as causas são multifatoriais, como a perda de proteína pelo organismo, sua destruição, a diminuição hormonal, rupturas neuromusculares, processos inflamatórios, diminuição de seu reparo e da sua neoformação. “Uma ingestão pobre em proteína e a diminuição da vitamina D podem piorar o problema”, alerta o médico.
Wladimir Fighera ressalta que, com o envelhecimento, os homens têm maior perda da massa e força muscular em relação às mulheres. “Isto se deve a um déficit importante de hormônio de crescimento (GH), fator de crescimento relacionado à insulina (IGF-1) e da testosterona. Mas, como via de regra as mulheres vivem mais que os homens, acabam também sofrendo um forte impacto da sarcopenia com o decorrer de idades acima de 85 anos”, alerta o geriatra.