O Alzheimer acomete cerca de 10% da população acima de 65 anos. Principal patologia neurodegenerativa da terceira idade afeta as funções cerebrais, causando perda de memória
O Alzheimer acomete cerca de 10% da população acima de 65 anos. Principal patologia neurodegenerativa da terceira idade afeta as funções cerebrais, causando perda de memória, da linguagem e da habilidade de realizar tarefas simples, como cuidar de si mesmo. Hoje, a doença não tem cura, mas o tratamento adequado retarda o declínio cognitivo, melhorando a qualidade de vida do indivíduo e das pessoas que o cercam. No entanto, a doença ainda é alvo de dúvidas. De acordo com pesquisa realizada pela Alzheimer’s Association em 12 países, 59% dos entrevistados acreditam erroneamente que o Alzheimer seja um problema comum do envelhecimento e 40% não acreditam que a doença seja fatal.
O neurocirurgião Roberto Alexandre Dezena destaca que demência é uma perda gradativa das faculdades mentais, como a memória, por exemplo, sendo que o Alzheimer é um dos tipos mais comuns de demência. “A demência não pode ser classificada como loucura, embora os pacientes com Alzheimer possam apresentar algumas alterações comportamentais”, esclarece o especialista.
O médico explica que basicamente existem três tipos de doença do Alzheimer: o de início precoce, antes dos 60 anos; o de início tardio, após os 65 anos, e o familiar, que não tem idade para se manifestar. “Ente os sintomas mais típicos está a perda gradativa da memória, principalmente para fatos recentes, preservando fatos remotos, já consolidados nos circuitos neurais. Atipicamente, pode ocorrer períodos de agressividade. Períodos de esquecimento não são necessariamente determinantes da doença de Alzheimer, podendo decorrer a partir de outras formas de demência ou, na grande maioria dos casos, estão associados a transtorno de ansiedade”, pontua Dezena.
Por isso, o neurocirurgião destaca que o diagnóstico é clínico, através da anamnese, ou seja, de uma entrevista detalhada com os familiares mais próximos e de um exame físico minucioso. “Complementando, é feito um exame de ressonância magnética, em que se pode evidenciar atrofia cerebral, principalmente nas regiões temporais, em particular numa região conhecida como hipocampo”, informa o médico.
Roberto Dezena afirma que o tratamento ocorre basicamente através de medicamentos. “Há aqueles que agem nos aspectos das alterações comportamentais dos pacientes, como, por exemplo, a risperidona, e aqueles medicamentos que tentam restaurar os neurotransmissores dos circuitos hipocampais, como a rivastigmina e a memantina. Atualmente, não há cura, mas alguns trabalhos científicos demonstram que a estimulação cerebral constante ao longo da vida, com atividades intelectuais, pode, de certa forma, prevenir seu aparecimento”, completa o especialista.