SAÚDE

Pesquisa sobre o câncer de mama passa por revolução

A Rede de Pesquisa sobre o Câncer já encontrou os primeiros resultados de sequenciamento do genoma do câncer de mama

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:59
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A Rede de Pesquisa sobre o Câncer já encontrou os primeiros resultados de sequenciamento do genoma do câncer de mama feitos em laboratórios no país. A rede foi criada em agosto de 2008, numa iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), para unir os diversos grupos de pesquisa brasileiros que desenvolviam estudos fragmentados sobre câncer em busca de gerar produtos, principalmente na área de terapia, que tenham impacto na saúde da população. Os primeiros resultados serão divulgados na próxima semana pelos coordenadores. Para os pesquisadores, conhecer a biologia do tumor é importante também para entender o que está acontecendo com o paciente e para definir qual o melhor esquema de tratamento. As informações geradas pelo projeto permitirão aumentar o leque de marcadores moleculares para o diagnóstico e prognóstico da doença, assim como levar à identificação de novos alvos terapêuticos, diminuindo, dessa forma, a mortalidade e a morbidade associadas ao câncer de mama.   “Decidimos, num primeiro momento, direcionar as pesquisas para tumores prevalentes no Brasil e, como não dá para começar tudo de uma vez, focamos como primeiro objeto de estudos da rede o câncer de mama”, explicou a coordenadora da rede, Anamaria Camargo, pesquisadora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. A rede foi dividida em três linhas de pesquisas: básicas, translacionais e clínicas, envolvendo cerca de 25 grupos, com pesquisadores de todo o país, que começaram a trabalhar simultaneamente nos projetos desde o início da rede. “Nosso objetivo é tornar os grupos capazes de estudar a genética – a biologia do tumor –, identificar o que está acontecendo nesta célula e, com base nessas informações, conseguir gerar metodologias de diagnóstico e de tratamentos mais eficientes”, disse Anamaria.   Os grupos começaram a se reunir no ano passado para traçar estratégias de trabalho e parcerias. Na área básica, os grupos focaram o objetivo em caracterizar a linhagem tumoral do câncer de mama. Os grupos de epidemiologia estão se organizando para montar um sistema de documentação de câncer no país, com estudos epidemiológicos que envolvam grande parte da população, identificando, por exemplo, quantos casos existem, qual a incidência e quais são os fatores ambientais envolvidos. Os grupos clínicos serão responsáveis em implementar essas informações nas rotinas dos pacientes. Resultados. Reunidos em Petrópolis (RJ), nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2009, pesquisadores representantes dos grupos de pesquisa básica da rede discutiram as estratégias de sequenciamento, análise computacional dos dados e validação das mutações encontradas.   “A parte do sequenciamento está vivendo uma revolução. Há cinco anos, nós celebramos ter gerado um milhão de sequências no projeto genoma do câncer que foi feito em São Paulo. Hoje, vimos que se consegue gerar setenta vezes isso, setenta milhões de sequências. Isso se dá com a introdução de novos equipamentos instalados no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC)”, explicou a coordenadora Anamaria.

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