Pesquisa realizada pelo Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma), em parceria com o Laboratório Central do Estado (Lacem) e o Instituto Osvaldo Cruz do Rio de Janeiro, comprovou que 40,2% das moscas que circulam nas feiras de São Luís estão contaminadas com bactérias capazes de provocar diversos tipos de infecções intestinais. O estudo foi realizado durante um ano, em oito feiras de São Luís: Anjo da Guarda, Cidade Operária, Cohab, João Paulo, Liberdade, Mercado Central, São Francisco e Vila Palmeira. A pesquisa consistiu na coleta de moscas que circulavam pelos mercados e análise do potencial de transmissão de doenças destes insetos. A intenção era comprovar a tese de que moscas podem contribuir na transmissão de doenças intestinais. “No Maranhão, o índice de contaminação por doenças intestinais é muito elevado, e muito se falava dessa possibilidade, mas não sabíamos qual potencial de transmissão de doenças dos dípteros muscóides (moscas). Este foi o primeiro estudo com moscas que circulam em feiras. Agora, comprovamos que muitas contêm bactérias capazes de transmitir essas doenças”, explicou o coordenador da pesquisa, Valério Monteiro Neto, pró-reitor de pós-graduação do Uniceuma e coordenador do curso de Farmácia da instituição. Além dele, participaram do estudo os estudantes Ermínio Mendes, Mariana Arruda e Lícia Maria Santos Cosme, do Lacem. Durante esse período de um ano, 92 moscas foram analisadas. Em 37 delas, foram detectadas bactérias nocivas ao ser humano. A bactéria mais encontrada foi a Escherichia coli enteropatogênica (Epec), normalmente responsável pela diarréia infantil.