Baixos níveis de acetil-L-carnitina estão presentes em pessoas com depressão severa
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A depressão é uma doença complexa que acomete 4,4% da população mundial, e 5,8% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse problema de saúde pública está diretamente ligado a componentes físicos e emocionais do ser humano, contudo, recentemente um grupo de pesquisadores descobriu uma nova causa para a doença: os baixos níveis do biomarcador acetil-L-carnitina (LAC) em nosso sangue.
O estudo publicado pelo periódico PNAS, revela que esse biomarcador é o grande responsável por metabolizar a gordura e a energia do nosso corpo, mas também é importante para o sistema nervoso e para o humor. É, nesse contexto, que está inserida a descoberta sobre a nova causa para a depressão. Dessa forma, os que possuem mais resistência à doença são os que têm menos LAC no organismo. Esses efeitos são estudados pelos médicos desde 1991, ou seja, há quase três décadas.
A substância se demonstrou mais efetiva que os placebos em idosos e pacientes terminais. Outro benefício do acetil-L-carnitina é que ele não causa efeitos colaterais, diferentemente dos tratamentos tradicionais, cuja incidência de efeitos adversos é de 50%. Para fazer a pesquisa, foram recrutadas 71 pessoas, entre homens e mulheres, com idades entre 20 e 70 anos. Eles tiveram que preencher um questionário detalhado, passar por uma consulta clínica e fazer exame de sangue.
Do total de participantes, 28 possuíam depressão moderada e 43 tinham a doença em um estado já avançado. Quem tinha depressão severa demonstrou ter os menores níveis de LAC no sangue. Segundo os pesquisadores, pessoas com esse perfil de depressão representam, hoje, até 30% da população mundial. Agora, o desafio é descobrir formas de inserir a molécula acetil-L-carnitina em quantidades maiores na vida cotidiana das pessoas.