A equoterapia é um método terapêutico educacional que utiliza o cavalo com o intuito de promover melhoras no sistema nervoso e estimular o fortalecimento muscular. Para isso é necessária uma equipe interdisciplinar, composta por múltiplos profissionais. Para o fisioterapeuta e coordenador clínico da Associação Mineira de Equoterapia de Uberaba (AME), Willian Rocha de Oliveira, a utilização do cavalo como meio terapêutico exige uma constituição mínima, com equipe adequada, que precisa ser composta por psicólogo, fisioterapeuta, instrutor de equitação e médico. No entanto, este último não precisa, necessariamente, estar presente no dia-a-dia da equipe interdisciplinar, mas é o responsável pelo parecer final antes da realização da atividade. “É claro que outros profissionais também podem compor essa equipe. Um fonoaudiólogo, como nós temos aqui, na AME; o terapeuta ocupacional, o educador físico e o pedagogo”. Segundo o coordenador, existem três aspectos trabalhados através da atividade terapêutica, proposta para pessoas com alguma necessidade especial. “Um deles é o aspecto cinesioterapêutico, ou seja, o movimento. É através do movimento do animal que temos uma condição semelhante ao ser humano quando está andando”. O caminhar do cavalo e o do ser humano possuem uma semelhança importante, que é transmitida à pessoa com necessidade especial montada no animal. “Quando o cavalo começa a caminhar, transmite essa informação ao corpo do praticante e o cérebro readapta à dinâmica, como se ele mesmo estivesse andando com suas próprias pernas”, completa Oliveira. Outro aspecto é o psicológico. A facilidade com que o usuário entra em contato com o animal favorece a terapia. “O praticante que se envolve com o cavalo recebe os benefícios que essa proximidade transmite, o que também é importante. Esse contato melhora a autoestima, transmite força de vontade e determinação. Por isso, é necessária a presença de um psicólogo compondo essa equipe, para aproveitar esse estímulo”, conta. O terceiro fator é a inclusão social, consequência da terapia. “Através do cavalo, dos benefícios que ele propõe à pessoa, criam-se as condições de incluir essa pessoa num contexto social, seja no seu retorno às atividades do trabalho, escola ou à própria vida, seja através do esporte”, completa o fisioterapeuta. “Temos programas dentro da equoterapia, como o Programa Quatro, que inclui o usuário num contexto esportivo. É o que nós propomos aqui na associaçã todo final de semestre, através de um torneio, fazemos a inclusão de pessoas especiais com praticantes ou alunos da escola de equitação, proporcionando uma troca de saberes”, completa. Alvo. Na definição da equoterapia, entende-se que ela oferece benefícios físicos, psicológicos e sociais às pessoas com necessidades especiais. “É isso que diferencia o passear com o cavalo do trabalho terapêutico, pois ele está focado na necessidade específica de cada praticante, como alguém com paralisia cerebral, síndrome de Down, esquizofrenia, um idoso que tenha necessidade de trabalhar a musculatura para prevenir quedas e, posteriormente fraturas, crianças com distúrbios sensoriomotor ou de aprendizagem, além de pessoas com autismo”. A Associação Mineira de Equoterapia é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que sobrevive basicamente de doações e contribuições de seus usuários. “Composta por voluntários, é uma entidade que precisa de ajuda. Atendemos cerca de 80 praticantes com múltiplas deficiências. Mesmo assim, conseguimos levar a essas pessoas uma melhor qualidade de vida. Dizemos, aqui, que equoterapia é qualidade de vida que vem a passo. Portanto, todo esse ambiente, essa vivência, faz com que tenhamos em mãos um método bastante eficiente na reabilitação e habilitação de pessoas com necessidades especiais”, conclui Willian Rocha.